Estou descalço e não tenho sono. Na madrugada o silêncio parou o horizonte da ilha e na varanda só o vento passa, mas queria roçar de asas, um café, a dor de todas as ruas vazias; porque me sinto assim e sou assim, uma pessoa tão solitária como quem fumou o último cigarro num deserto? Porque quero deixar pegadas falsas para que nunca mais me encontre? Porque escrevo cartas vermelhas e talvez enlouqueça e jogue-me e...m algum movediço porto?
Sou um estrangeiro na minha casa, na minha rua, na minha cidade. Sou um refugiado, talvez algum dia encontrem fotos, postais, anotações, restos de mim... Um dia, numa outra cidade, encontrem tudo isso de mim numa feira de antiguidade. De mim, tão solitário, tão só como a dor de um bicho, talvez de cães que ladram na noite querendo carinho, vozes humanas, a volta dos seus donos que os deixaram na rua.
Quero dormir, mas não consigo. É madrugada. Nâo há mais silêncio na ilha, o Sol colore seu horizonte. Pegadas e carros esmagam as flores no asfalto, as feiras acordam os bairros. Quero ainda um café, meu quarto onde as belezas tristes retornam; quero o branco, o esquecimento, porque não sou eterno, talvez um dia numa feira de antiguidade; mas rasgarei minhas fotos, meus cartões, todos os escritos e declarações antes de morrer. Por enquanto, olho o horizonte e o sono não vem.
(by, franck)
(imagem: net)
..."a lua completa mais de uma volta pelo zodíaco. E o anjo pálido troca o mel pelo sal"... (Caio F. Abreu)
Sabe, Franck,
ResponderExcluirNesse teu enredo, pareço me encontrar em algumas cenas.
A insônia, o querer dormir e não conseguir.
Ser um estrangeiro em teu próprio habitat.
Estamos falando a mesma língua. A língua do ser ARTISTA.
bjo de luz
.
LiZa
Talvez seja o mau do século, insônia e solidão.
ResponderExcluirBjux
Meu queridão, um belo texto!
ResponderExcluirestrangeiros, nossa condição de todos os dias
bj grande
É tudo tão inquieto nesse teu texto, que me remete diretamente a um tanto de coisa, que, no fim, só faz me lembrar mesmo de mim. A gente viaja é pra voltar pra casa.
ResponderExcluirBeijão, Franck
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E o vento desmancha o nosso cabelo nos faz lembrar dos amores que foram...
ResponderExcluirgostei muito da visitinha e é um prazer imenso estar aqui ,
te abraçando
"A gente viaja é pra voltar pra casa."
ResponderExcluirCoisa mais linda isso! O Marcelo falou tudo.
"(...) quero o branco, o esquecimento, porque não sou eterno, talvez um dia numa feira de antiguidade; mas rasgarei minhas fotos, meus cartões, todos os escritos e declarações antes de morrer. Por enquanto, olho o horizonte e o sono não vem." Muito bom! Gostei...
Beijos,
Suzana Guimarães, a Lily
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Oi Franck, como vai??
ResponderExcluirPassando pra te deixar um beijo e um abraço!
Boa noite...
Eu deixo comentário mas não aparece...
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirEnquanto na varanda o vento passa
A imaginação do poeta grassa
Porém, talvez um dia
Ele ganhe alforria
E o seu talento justiça se faça.