sábado, 8 de março de 2014

Vejo peixes voadores presos por fios...



A cidade inundada. Sitiada. Mas consigo percorrê-la num carro, talvez anfíbio, e vejo apenas torres. Cúpulas. Telhados. Não sei se é um sonho, ou real. Mas estou tonto com tanta água. Os tambores da noite estão chamando, não quero o paraíso, mas bate no meu coração um vício incomum pelo ancestral. Sinto a lava dentro do peito. Dentro do ventre. Dentro da boca.
A cidade sitiada. Inundada. Quero que macacos me mordam em Vassouras Quero Lagartixas, salamandras, libélulas e um farol em Mandacaru. Quero uma tarde em Caburé, dunas, maconha, estranhos no ninho, uma cesta de pêras. Não vejo mais o Continente, mas peixes voadores presos por fios. Flores em miniaturas. Animais medievais. Uma criança sozinha na praça do correio, não receberei mais cartas? Mas todas as casas estão de portas abertas, ou não há mais portas?
Os pardais penetram a aurora. Nas chaminés há fumaça, mas não sei se continuo sonhando ou se é real, como a xícara com o café preto a minha frente e o dia que inicia e não sei como vivê-lo.
(by, franck)

Um comentário:

  1. Isso é nostalgia, eu diria, essa lava no peito, esse querer pelo que havia no passado.
    Já o café, saiba saborea-lo (e eu sei que você sabe) e vai viver o dia :D

    abraços

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