sábado, 20 de setembro de 2014

Ainda resta o colorido de um jardim


No mapa que carrego nas mãos, tudo é vermelho, como aquele rio que não cruzamos. Aquele filme que não assistimos.
Mas há fendas abertas. Andorinhas sobrevoando alguma tarde. Crianças brincando em parques. Uma cidade que foi nossa.
No mapa confuso da minha memória, noites impregnadas de perfumes e cheiros de ervas. Uma sala com um peixe solitário num aquário. Caixas russas pintadas à mão. Chá ao entardecer. 
No mapa em branco e preto, que se perdeu em algum baú, ainda resta o colorido do jardim com árvores em miniaturas. O suave de pérolas para orelhas. A quentura de corpos. O branco dos lençóis de linhos.
Nesses mapas, não consigo localizar aquele paraíso prometido. Nem a juventude que não mais existe.
(by, franck)
(imagem: net)

Um comentário:

  1. Às vezes, olhamos para o passado e percebemos que o mapa desenhado por nossas andanças ainda não equivale ao desejo estipulado por nossas expectativas. E ainda não chegamos ao ponto exato de nossas ambições. Ficaram para trás as dores, os amores e até as belas flores. O que fazer? Lamentar? Não sigo por essa estrada. Prefiro optar pelo novo que está por vir e permitir que o que passou me ajude a desenhar o meu próximo mapa.

    Grande abraço

    www.lucadantas.blogspot.com.br

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(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)

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