quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Aquele rapaz

Estou na fila do cinema com uma amiga e do outro lado do saguão um rapaz me reconhece e esboça um sorriso, um aceno tímido e desaparece entre a multidão. Minha amiga pergunta se é um colega de trabalho. Digo que é um personagem do meu livro.
(by, franck)
(imagem: net)

Tardes

Nessas tardes brancas de tão nuas, ele reclama que sou triste e digo que posso chorar nas ruas agora que tenho óculos escuros.
Nessas tardes, nuas e brancas, ele reclama de cansaço e digo que quero andar na cidade até os pés doerem de tantos passos, becos, ladeiras e avenidas.
Quero chegar também ao mar, entrar nele após cinco anos.
Nuas e brancas, são essas tardes que espero cartas. Telefonemas. E-mails. Enquanto ele ouve rock. 
Eu queria ser dessas pessoas que não se incomodassem com adeus. Nem em comer doces. Apenas contemplar essas tardes nuas e brancas, como se fossem dípticos uma das outras.
(by, franck)
(imagem: net)

sábado, 24 de janeiro de 2015

Se eu fumasse...

Se eu fumasse teria pedido um cigarro para ele, ali, fumando na esquina. Seria também uma desculpa para convidá-lo para olharmos a lua, o mar, a explosão de alguma supernova.
Mas eu não fumava, não tinha luar, não estávamos numa cidade litorânea, e, na tarde não veríamos estrelas...
Me contentei em ficar parado do outro lado da rua, ouvindo longe um trem; mas querendo chamá-lo para colher laranjas, olhar ovelhas, subir montanhas... Se eu fumasse teria pedido um cigarro para ele fumando na calçada, mas ele não estava fumando. Ele nem existia.
(by, Franck)
(imagem: net)

(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)

EU...

Minha foto
São Luís, MA, Brazil
Um brasileiro-nordestino, um cara comum, qlq um, como diria Caetano Veloso...