quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Tardes

Nessas tardes brancas de tão nuas, ele reclama que sou triste e digo que posso chorar nas ruas agora que tenho óculos escuros.
Nessas tardes, nuas e brancas, ele reclama de cansaço e digo que quero andar na cidade até os pés doerem de tantos passos, becos, ladeiras e avenidas.
Quero chegar também ao mar, entrar nele após cinco anos.
Nuas e brancas, são essas tardes que espero cartas. Telefonemas. E-mails. Enquanto ele ouve rock. 
Eu queria ser dessas pessoas que não se incomodassem com adeus. Nem em comer doces. Apenas contemplar essas tardes nuas e brancas, como se fossem dípticos uma das outras.
(by, franck)
(imagem: net)

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