
Esperei o amor. Ou ele esteve aqui e não o percebi na sua estrutura abstrata, na sua leveza? Talvez não tenha percebido-o porque carrego a alma inquieta, o corpo com cicatrizes, o coração machucado? Porque o amor não veio? Ou ele esteve aqui com seus defeitos e suas loucuras manifestadas? Será que ele esteve aqui com sua mediocridade e sua incompreensão? Porque o amor pode nos deixar abalado. Desintegrado. Dilacerado. Aí tudo pode se perder, virar memórias, ou pode-se afogar, beber toda a fonte, seja ela de águas claras ou turvas, e, não matar sua sede.
Esperei o amor. Será que ele veio e não o tenha percebido naquelas tardes regadas à cervejas? Naqueles jantares com amigos? Nas manhãs nas praias? Num pôr-de-sol ao som de reggae? Numa das várias madrugadas nas quais perambulamos pela cidade? Talvez tenha esperado o amor como asas transparentes. Como uma lua cheia. Mãos de sedas. Retalhos coloridos. Tingido de arco-íris. Vindo dos quatro pontos cardeais. Das cosntelações. Num olhar escancarado de paixão, loucura ou lucidez...
Esperei o amor, porque esse sentimento tão volátil não veio? Ou ele esteve sempre aqui? Quais os sinais para percebê-lo?
(by, franck ////imagem: internet)