Moço, essa manhã acho que vi você, naquela praça que os vândalos destruiram os bustos dos imortais da academia maranhense de letras, lembra? Eu estava num sinal, quando atravessei a rua, não mais o vi, ou não era você, moço? Foi apenas minha vontade de revê-lo? Fiquei procurando sinais que indicassem que esteve ou estaria ali, na praça, entre pombos, na banca de revistas, no caixa eletrônico. Mas o perdi de vista. E você me perdeu do seu coração, moço?
Moço, essa tarde acho que vi você, naquela sorveteria da praia. Não quis acreditar na minha sorte ou na coincidência de vê-lo duas vezes no mesmo dia. Vi você dando risadas e estava acompanhado. Mais uma vez estava do outro lado da rua, via o por-do-sol, e, quando cheguei na sorveteria, vi um carro se afastando. Ou não era você, foi apenas minha vontade de vê-lo, moço?
Moço, será que o acaso fará nos encontrarmos hoje a noite? Estou naquele restaurante japonês, lembra? Sexta-feira nessa Ilha abaixo da linha do Equador, calor, quero tomar um porre de saquê, rir, ter você de volta, porque sinto saudades da nossa felicidade e do futuro que não tivemos... Moço, prometo não perdê-lo de vista se vê-lo de novo. Agora. Aqui.
(by, franck)