quarta-feira, 30 de junho de 2010

..."eu rabisco o sol que a chuva apagou"... (Renato Russo: 'Giz')





Tempo de Amarelinha




Lembro-me de um tempo
no qual brincava de amarelinha e soltar pipas num quintal com meus irmãos
laranjeiras e lagartas coloridas habitavam o mesmo espaço
era a casa do meu avô.
Ele, sempre sorridente,
dentro de uma loja que cheirava a sedas e perfumes baratos.
Lembro-me que nesse tempo
minha mãe sempre de roupas escuras e muitas rendas brancas
uma pré-dark?
ela era sempre triste e tem olhos grandes
como os meus.
Lembro-me ainda que meu pai nunca estava
ele era um beat ou estava na prisão?
Gostaria de abrir baús e saber tudo desse tempo
mas os mistérios me fascinam mais.
(by, franck)

terça-feira, 29 de junho de 2010

..."é o raio da estrela da noite cravada no meu coração"... (Nana Caymmi: 'Estrela da Terra')


À FLOR DA PELE


Esta é a hora dos deuses
anjos e demônios
de solidão.
Esta é a hora dos cataclismas
borboletas
sótãos
luzes amenas
de viver um amor grande.
Esta é a hora de arco-irís
pôr-do-sol
sal da terra
quartos escuros
drogas
orgasmos.
Esta é a hora de pular pela janela
ou nos braços de alguém.
São seis horas da tarde.

(by, franck)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

..."É que Narciso acha feio o que não é espelho"... (Caetano Veloso)





D e s c o b e r t a


Ontem
no espelho eu vi
rugas outras
e
cabelos brancos
e
descobrir
que meu coração
continua adolescente.
(by, franck)

sábado, 26 de junho de 2010

"Eu me fui, eu me sou, eu me serei em cada um dos girassóis do reino a ser feito"... (Caio Fernando Abreu)


Tudo me confunde nessa tarde de sábado


O pôr-do-sol cravado no concreto da cidade, o concreto da cidade cravado no pôr-do-sol. Tudo se confunde. Tudo se ofusca entre faróis de carros no início da noite. Mão no bolso procura um estilete, uma gilete, uma coisa qualquer com fio, qualquer coisa que corte a cara das pessoas. Que corte a face da cidade. Resgate lá de dentro a pureza. Fora todos os falsos nobres, todos os burgueses metidos. Hipócritas. Falsas vitrines iluminadas. "Amadores invadem computadores da NASA e descobrem segredos". Segredos? Velhas novas notícias nos jornais da cidade. O nada na mão. O nada na cabeça...
Os carros, as pessoas, o Sol, as crianças com braços estendidos. Minha fome... Minha fome... Minha fome de gente. GENTE. Minha dor... Minha dor... Minha dor que cai do 10º andar. Eu não sei mais amar, salta dos olhos de uma menina a dor, o ódio e a raiva. A cidade e seu masacre. A cidade e sua fome. O homem na calçada dormindo. Migalhas de vida pelas calçadas. Urbanismo na cara das pessoas. E as pessoas?... E as pessoas? E o poema do Quintana na parede branca do quarto. Cai uma lagríma. Não importa. No caminho tropecei numa garota que me pediu desculpas mesmo não tendo culpa. Ela falou que gostava de sexo, drive-ins, que almoçava numa lanchonete na Avenida Independência, mas não acredita na independência da mulher; me falou que tomava uma coca-cola a cada duas horas e me convenceu que coca-cola é o produto mais natural das grandes cidades.
Mas a vida continua. E a avenida engarrafada. E depois? Nuvens cinza no céu da cidade. Pessoas caminham perdidas nas ruas, tentam até mesmo formas de vida oriental. Quando tudo parecer terrivelmente ridículo o que deve ser feito? Sujar a boca de batom e rir loucamente? Não sei... Não sei nada de mim. Buzinas. Bombeiros. Cerveja. Cola. Suspiros. Vírus. Novela. Gritos. Lixo. Maconha. Ambulância no asfalto. As pessoas se olham, se observam, apontam com o dedo e se cercam numa enorme ciranda que gira. Que gira. Que gira. E não se tocam. Out-dors já não me dizem nada. O toque de sinos não inspira o toque de lábios e de mãos. Sentimentos diluidos nos decibéis de uma melodia de rock. Todas as meninas querem ser estrelas de telejornais. Todos os meninos querem ser um galã tupiniquim. Vivemos assim nas cidades. Pelas cidades. E eu estou
confuso nesse sábado, nesse início de noite. Meu jardim de cactos por um pôr-do-sol na praia. Urgente!
(by, franck)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um texto e um poema...


("No imenso universo vegetal, conhecemos muitas flores: das rosas aos lírios, das strelitzias aos jasmins. Mas existe uma infinidade de pequeninas flores, muito miúdas, que habitam quase qualquer matinho que esteja perto de você. Num jardim abandonado ou mesmo saindo da fresta do muro do vizinho. Em sua maioria são lindas, provavelmente consideradas pragas de jardim. Já teve olhos pra ver essa explosão de formas e cores?" - Regina Garbellini)






Lendo esse texto, veio-me a pergunta, o que gostaria de ter no meu jardim? Eis:




JARDIM DE CACTOS




Eu quero um jardim de cactos
uma África
um nordeste brasileiro
uma geografia não identificada
flora verde e altiva
na minha casa.
Eu quero um jardim de cactos
eretos e silênciosos
os quais verei pelas janelas
os vizinhos através dos muros.
Os pássaros
borboletas
uma fauna desconhecida
o Sol e o luar
visitando esse jardim todos os dias.
Eu quero um jardim de cactos
como se fosse uma ilha
dentro dessa Ilha
que é minha cidade e casa.

(by, franck)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

..."agora,me sinto uma bolha opaca de sabão, suspensa ali no centro da sala"... (Caio Fernando Abreu)



Quando ela me deixou ...




Quando ela me deixou, fiquei ali no meio da sala com o bilhete dela nas mãos, num fim de tarde de uma sexta-feira, pensando que teria um final de semana inteiro para deglutir sua ausência, tentar esquecer seus cheiros, sua voz, suas risadas vinda das salas e quartos, assim como sua imagem regando as flores, seus pés descalços, seu corpo tentando se esquivar de alguma onda nas manhãs de domingo quando fazíamos nossos passeios pela praia, após nossas pedaladas de bike na orla.
Quando ela me deixou, fiquei ali no meio da sala, com os raios dourados do Sol entrando pelas janelas, naquela quase noite de sexta, pensando que precisaria esconder porta-retratos com nossa felicidade estampada, jogá-los ao mar, como flores para Iemanjá. Trocar urgente os lençóis da cama com nossas marcas. Tirar do aparelho de som os cds com as nossas trilhas sonoras, para parar de me doer com tantas lembranças e saudades as quais já sentia, para parar de me doer como as letras vermelhas do seu bilhete nas mãos, que queimavam, dizendo que ela decidiu ir embora.
Por que se decide ir embora? Pensei sentando-me no sofá que assistíamos filmes, televisão e que tantas e tantas vezes namoramos. Achei que decisões como aquela não são tomadas assim, com um bilhete em letras vermelhas, sem brigas, sem discussões, após um ano de cotidiano...ou foi justamente o cotidiano que fez ela tomar a decisão?
Quando ela me deixou, sentado no sofá bege, num canto da sala, com a luz lilás de néon do prédio a piscar, fiquei imaginando que mares ela iria navegar, com quem viveria outras delicadezas, o que faria em tantos outros fins de semana que viriam, com nossa ausência. Fui até o aparelho de som, na sala ecoou um blues na voz de Nina Simone e sem tirar as roupas, cansado, deitei no sofá, naquela sala escura, jogando suas letras vermelhas pela janela, amassadas, ao vento, quando ela me deixou, naquela longínqua sexta-feira. E chorei.
(by, franck)

terça-feira, 22 de junho de 2010

...'amar, é perder o tom, nas comas da ilusão'... ("Seduzir": Djavan)





Flerte


Entre biscoitos e xícaras de chá
às cinco horas da tarde
falaremos de amores intensos
crimes passionais
e
brincaremos de sedução.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Silêncio por favor, enquanto esqueço um pouco a dor no peito"... (Paulinho da Viola: 'Para ver as meninas')




Que o silêncio me salve!




Hoje acordei querendo silêncio. Quero uma manhã de silêncio e solidão. Porque há um silêncio instalado dentro de mim, e, quero um silêncio exterior que caiba nesse outro silêncio, como uma folha caindo, uma brisa soprando, um vôo de um pássaro...

Acho que preciso desses silêncios por estar abarrotado dos sons do domingo, feito um computador com mil programas abertos, como se qualquer execução, todos os programas se apagassem e eu quero deletar esses gritos, essas vozes, esses ecos... quero ouvir sussurros, ouvir apenas um silêncio, carregado de idéias e de soluções que me fogem, me escapam.

'O silêncio que ninguém ouviu' é o que quero, nessa manhã, aliás, decidir, nesse dia. Hoje quero viver esse silêncio antes que ele fique mudo e chegue a noite e com ela eu me desfaça novamente em ruídos, vomite todos os sapos engolidos, o coração saia pela boca e 'o silêncio se torne um espião'.

Que os silêncios venham e me salve!

domingo, 20 de junho de 2010

...'quero ficar no teu corpo feito tatuagem'... (Chico Buarque & Ruy Guerra: "Tatuagem")











CONVITE




nossos olhos
disseram sim
nossos corpos
disseram não
sumiram na esquina
acumulando tesão.

"Lembra do som dessas águas de lá, faz desse rio a sua oração"... ('O rio': Marisa Monte & Arnaldo Antunes)


Náufrago


Dentro de mim existe um rio
um rio de aflição.
Dentro de mim existe um rio
um rio de ilusão.
Dentro de mim existe um rio
um rio de paixão.
Dentro de mim existe um rio
um rio de amor.
Venha conhecer esses rios.
Venha navegar dentro de mim
venha sentir na pele
a ilusão ou a aflição.
Venha conhecer meus rios
venha neles velejar.
Venha morrer nos meus rios
de amor ou paixão.
Venha desaguar todos eles
que estou morrendo de solidão.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

..."ela apareceu, parecia tão sozinha, parecia que era minha aquela solidão"... ('Piano Bar': Engenheiros do Hawaí)



( Para Kêmulla)








Água com açúcar








Tantos inícios, meios e fins, tanta e tanta gente
o corpo sente, consente e ressente
o coração admite que mente
o tempo esfria o que era quente.
Sempre, por mais que se tente
o tempo passa e só não leva a frustração
de ter que fechar o coração
ao mesmo tempo em que se abre as pernas.
Os mesmos cds e canal de televisão como companhia
dos dias que são iguais
no marasmo, no tédio, no cotidiano sem sal, água com açúcar
pinta tesão, pinta paixão, pinta orgasmos
mas despinta e finge-se que não doeu
que nunca houve uma ilusão
que era naquela pessoa que a gente ia se encontrar
ou se perder
enganos, ledos enganos.
Logo será verão
rapazes dourados e musculosos nas praias
sorvete, cerveja gelada, maconha-pequenos prazeres
enquanto se espera o carnaval
tesão acumulada, doendo no corpo
nunca se vai inteira
sempre fica um pouco dessa frustrada tesão.
Lembranças e esperas
será que a vida é só isso?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

..."vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada"... (Caio F Abreu)


Um anjo?



Ontem à noite deveria ter mordido sua orelha direita ou sua sobrancelha esquerda, meu anjo torto, barroco, que povoa minhas noites insones. Deveria ter guardado sua fotografia na minha carteira, na agênda, no blog, mas não tenho fotografias sua, só lembranças nossas, meu anjo sensível, indeciso, indecente, que chega nas madrugadas chuvosas.
Ontem à noite deveria ter feito e dito muitas coisas, como pedir desculpas quando você é que deveria me pedir; dizer que te amo, não deixar você ir para os braços de outros, mas não fiz, mas deveria, não deveria?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

..."eu não sei dizer o que vou dizer"... (Zeca Baleiro: 'Lenha')


CORDA BAMBA


Braços abertos
me encontro
deserto em mim
mas com uma revoada no coração.
Busco você
por passagens secretas
ao anoitecer
lua vaga
eu, lobisomem.
Encontro-te
num sol de junho
minha alma
à beira do precípicio
corda bamba.
Suas mãos estendidas
negros olhos
boca gulosa.
Desabo
enfim.

domingo, 13 de junho de 2010

..."o vazio das manhãs de domingo"... (Patricia Highsmith no livro 'Carol')


Desabafo de uma manhã de domingo


Quero um gosto.
Quero um rosto para acariciar.
Quero um gemido para abafar.
Quero ocultar um 'eu te amo' entre meus lábios... até a noite chegar e...
Quero um sonho para acreditar.
Quero uma boca onde eu possa encostar meus lábios.
Quero estar entre os (a)braços de alguém.
Quero sorrir, vibrar com alguém.
Quero sofrer suas dores também.
Quero seguir assim, como escrevo, sem pautas, errando, mas chegando.
Quero ser de alguém.
Quero ter alguém.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

("Eu pertenço a raça da pedra dura/quando enfim juro que esqueci/quem se lembra de você em mim"... ('Memória da Pele': João Bosco & Waly Salomão)


Memórias



Houve um tempo em que eu não amava ainda
mas as canções de amor traziam em mim uma nostálgia longínqua
longínqua como os olhos de minha avó
aos sessenta e cinco recordando os dezesseis.
Eu disse-lhe: não é você, é outra aquela que se esgueira defronte seus olhos
mas ela insiste em dizer: sou eu mesma.
Há quem nasça com a dor dentro de si
como a semente de memórias.
Não quero aos sessenta e cinco recordar meus dezesseis
minha dor é a de hoje
não a dos anos longínquos
em que não serei mais eu.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um texto de Martha Medeiros


(Para os que não tem namorado ou namorada, como eu! Que nesse dia 12/06/10, não vai se deprimir, como eu! Então vamos ler o texto e ouvir uma canção de amor?)









Carta Extraviada 5







Tudo o que vejo são telas digitais, um novo mundo feito de chips e magabytes, e você vem falar de amor, um amor que deixaria a todos incrédulos por ser real demais. Não recebi suas cartas, mas sei que elas foram escritas, o universo regido por ícones eletrônicos induz a fantasias telepáticas. Ser intuitiva também é uma forma de conexão, há muitas cartas extraviadas viajando pelo espaço, sem fios eou cabos, sem satélites, palavras silenciadas e igualmente transmitidas. Amor é um troço raro e sempre de vanguarda.

Também escrevo minhas cartas que não são postadas, cartas digitalizadas no sonho, um mundo de excelentes intenções, nostalgias, poesias, essas coisas quase fluviais. Você vem falar de amor de um modo que emociona, e eu vou falar de amor como se fosse sua resposta. Agradeço, primeiramente, o amor recebido e negado, demonstrado e não, existido e inventado. Pouco importa os plurais de um amor, seus adjetivos, seus diagnósticos e o tempo percorrido, se foi um amor de verão ou se comemorou vinte bodas anuais, o amor que sinto não é dado a configurações, o amor transcende, nunca foi mortal como a gente.

Gosto destes sons, embala o amor a rima, navego empurrada pelos ais e por sufixos e sílabas que remam, remam, aqui vão minhas palavras navais. O amor não tem ancoradouro, porto, cais - o amor é navegante e recolhe pessoas neste mar de distraídos, salva vidas. O amor que você narra e a mim dirige é amor primitivo, fora de catálago, é sorte dos amores ambientais, estão por toda parte, para senti-lo requer apenas querê-lo. Conceitos fugazes do amor? Não creio. Há os amores produzidos e os amores naturais, os amores duros e os rarefeitos, há os que nascem no peito e os ancestrais, amores vários, todos iguais.

Em diversas cartas há seu apelo e sua culpa pelo amor não vivido. O amor vive apesar de nós, tudo o que sente é validado por ser existente, não sofra mais. Foram cartas não assinadas, não enviadas, talvez escritas por mais de uma pessoa, tanto faz. São cartas de amor, e mesmo com angústia e anonimato, sobrevive nelas o tesouro de um sentimento bruto, porém não violento. O amor comentado nestes tempos que correm é produto, assunto de revistas e jornais, o amor nos tempos que correm deveria ir mais devagar, aceitarem-se múltiplos, gozo, gás. Você que escreve mentalmente, você que escreve cartas pra ficar, você que não sabe direito que amor é esse e que só quer se desculpar, você que ama livre e você, entre grades, você que ama em pensamento, você e você e você , nós todos e nossos amores ornamentais, que ainda nos fazem chorar e mal entender, carentes existenciais, você e você e você e nossas cartas abortadas, diagamos para nós mesmos: comunicar é lindo e gritar o amor é nobre, dizer te amo é bálsamo e amis ainda, escutar. Mas o amor independe, o amor, remetente, é transcrito no olhar, há quem entenda e há quem procure lê-lo em outro lugar. Amor é carta que mesmo extraviada está ora chegando e partindo, e pode cair em mãos que não as destinadas, mas onde estiverem as palavras, escritas ou caladas, onde estiverem os desejos e seus códigos postais, não importa a data em que foram selados, serão sempre cartas de amor e amores que alcançaram seus finais.

(Martha Medeiros: 'Cartas Extraviadas e outros poemas'-Edt L&PM Pocket)

terça-feira, 8 de junho de 2010

..."eu já fechei todas as portas, arquivos, gavetas...fechei os olhos, a boca, fechei a cara, o corpo"... (Frejat: 'O início depois do fim')


HÁ DIAS
QUE SAIO DE DENTRO DE MIM
ABRO PORTAS
PORTÕES
JANELAS
PORÕES
ALÇAPÕES
PARA O AMOR
NÃO SENTIR-SE APRISIONADO.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

(Uma matéria no jornal esse fim de semana me inspirou esse poema)









Passional





Na rua

prometeu-me amor.

Em casa

saqueou salas

quartos

adega

meu corpo

minha carteira

meu coração.

sábado, 5 de junho de 2010

COUCHSURFING ( OU SURFANDO NO SOFÁ)


..."coisa que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero"...

('Encontros e despedidas': Milton Nascimento & Fernando Brant)






Você nunca se questionou ao andar pelas ruas da sua cidade e olhar para algum estranho, quem seria aquela pessoa, para onde ela estaria indo, de onde veio ou o que faz à noite na sua casa? O CouchSurfing aproxima essas pessoas 'estrangeiras', através de uma hospedagem. Hospedando podemos compartilhar nossas histórias e saber de outras, talvez aprender ou aprimorar um outro idioma, conhecer mais sobre outro país ou estado. A filosofia Couch foi criada a seis anos por um jovem norte-americano chamado Casey Fenton quando viajou para a Islândia e, sem ter onde ficar, passou e-mails para quinze mil estudantes de lá pedindo alojamento. A idéia deu certo e ele ampliou o conceito de viajar o mundo 'surfando' de sofá em sofá junto com o conterrâneo Daniel M. Hoffer, o francês Sebastian Gião Le Tuan e o brasileiro Leonardo Bassori. O CouchSurfing já registra mais de 1,5 milhões de usuários de 231 países. Os cadastrados não são obrigados a abrir suas casas para os viajantes se não tiver um cantinho para receber alguém, pode-se oferecer apenas para passear, um café ou um drink. Quanto à segurança, há formas de checar a credibilidade da pessoa, como a quantidade de amigos que ela mantém no perfil e os comentários a seu respeito escrito por eles. O ideal é conversar bastante e deixar as regras da sua casa antes de receber um hóspede. Sou cadastrado a dois anos e já recebi seis pessoas, quatro estrangeiros (Espanha, Colômbia, França e China) e dois brasileiros (Rio de Janeiro e Minas Gerais). Todas as hospedagens foram tranquilas e positivas, e, em julho receberei uma argentina de 62 anos, não é maravilhoso? Estou me preparando para o ano que vem, também colocar a mochila nas costas e sair por outros países 'pedindo' para surfar no sofá de alguém. Taí a dica e o site: http://www.couchsurfing.org/.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

HAI KAI


(PARA LER AO SOM DE FULGÁS COM MARINA LIMA)








MEU
ÚNICO
PECADO
É
NÃO
TER
FEITO
UM PAÍS.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

..."ele está na minha porque quer, eu estou pra o que der e vier"... ('Esse cara':Caetano Veloso)











Ele







Ele usa jeans rasgado e blusão de couro
me envolve com perfumes fortes
tatuagens
cheiros de festa
olheiras
vodka.
Na vida dele cabem pichações
skate
surf
orgasmos
delírios
aventuras
rock
maconha
e um pouco de violência.
Sinto por ele um pouco de inveja
quando me visita
recolho meus poemas e livros
faço cara de rebelde
convido-o para ir ao cinema
ele não aceita
sorrindo, acelera sua moto.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

..."por entre flores e estrelas/você usa uma delas como brinco/pendurada na orelha"... ('Lágrimas Negras': Caetano Veloso)






Ela







Ela usa saias coloridas
me envolve com perfumes suaves
sombra nos olhos azuis
batom vermelho
enormes colares
cheiro de hortelã da boca.
Na vida dela cabem filmes
poemas
discussões políticas
música clássica.
Sinto por ela
um pouco de inveja
quando visita-me
recolho meus cds de rock
maconha
revistas de mulheres nuas
fico silencioso.
Ela me convida para ir ao cinema
da próxima vez, sempre digo,
ela sorrir
me beija deixando o vermelho do batom
caminha deavagar rua abaixo.

(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)

Previsões dadas...

EU...

Minha foto
São Luís, MA, Brazil
Um brasileiro-nordestino, um cara comum, qlq um, como diria Caetano Veloso...