Tudo me confunde nessa tarde de sábado
O pôr-do-sol cravado no concreto da cidade, o concreto da cidade cravado no pôr-do-sol. Tudo se confunde. Tudo se ofusca entre faróis de carros no início da noite. Mão no bolso procura um estilete, uma gilete, uma coisa qualquer com fio, qualquer coisa que corte a cara das pessoas. Que corte a face da cidade. Resgate lá de dentro a pureza. Fora todos os falsos nobres, todos os burgueses metidos. Hipócritas. Falsas vitrines iluminadas. "Amadores invadem computadores da NASA e descobrem segredos". Segredos? Velhas novas notícias nos jornais da cidade. O nada na mão. O nada na cabeça...
Os carros, as pessoas, o Sol, as crianças com braços estendidos. Minha fome... Minha fome... Minha fome de gente. GENTE. Minha dor... Minha dor... Minha dor que cai do 10º andar. Eu não sei mais amar, salta dos olhos de uma menina a dor, o ódio e a raiva. A cidade e seu masacre. A cidade e sua fome. O homem na calçada dormindo. Migalhas de vida pelas calçadas. Urbanismo na cara das pessoas. E as pessoas?... E as pessoas? E o poema do Quintana na parede branca do quarto. Cai uma lagríma. Não importa. No caminho tropecei numa garota que me pediu desculpas mesmo não tendo culpa. Ela falou que gostava de sexo, drive-ins, que almoçava numa lanchonete na Avenida Independência, mas não acredita na independência da mulher; me falou que tomava uma coca-cola a cada duas horas e me convenceu que coca-cola é o produto mais natural das grandes cidades.
Mas a vida continua. E a avenida engarrafada. E depois? Nuvens cinza no céu da cidade. Pessoas caminham perdidas nas ruas, tentam até mesmo formas de vida oriental. Quando tudo parecer terrivelmente ridículo o que deve ser feito? Sujar a boca de batom e rir loucamente? Não sei... Não sei nada de mim. Buzinas. Bombeiros. Cerveja. Cola. Suspiros. Vírus. Novela. Gritos. Lixo. Maconha. Ambulância no asfalto. As pessoas se olham, se observam, apontam com o dedo e se cercam numa enorme ciranda que gira. Que gira. Que gira. E não se tocam. Out-dors já não me dizem nada. O toque de sinos não inspira o toque de lábios e de mãos. Sentimentos diluidos nos decibéis de uma melodia de rock. Todas as meninas querem ser estrelas de telejornais. Todos os meninos querem ser um galã tupiniquim. Vivemos assim nas cidades. Pelas cidades. E eu estou
confuso nesse sábado, nesse início de noite. Meu jardim de cactos por um pôr-do-sol na praia. Urgente!
O pôr-do-sol cravado no concreto da cidade, o concreto da cidade cravado no pôr-do-sol. Tudo se confunde. Tudo se ofusca entre faróis de carros no início da noite. Mão no bolso procura um estilete, uma gilete, uma coisa qualquer com fio, qualquer coisa que corte a cara das pessoas. Que corte a face da cidade. Resgate lá de dentro a pureza. Fora todos os falsos nobres, todos os burgueses metidos. Hipócritas. Falsas vitrines iluminadas. "Amadores invadem computadores da NASA e descobrem segredos". Segredos? Velhas novas notícias nos jornais da cidade. O nada na mão. O nada na cabeça...
Os carros, as pessoas, o Sol, as crianças com braços estendidos. Minha fome... Minha fome... Minha fome de gente. GENTE. Minha dor... Minha dor... Minha dor que cai do 10º andar. Eu não sei mais amar, salta dos olhos de uma menina a dor, o ódio e a raiva. A cidade e seu masacre. A cidade e sua fome. O homem na calçada dormindo. Migalhas de vida pelas calçadas. Urbanismo na cara das pessoas. E as pessoas?... E as pessoas? E o poema do Quintana na parede branca do quarto. Cai uma lagríma. Não importa. No caminho tropecei numa garota que me pediu desculpas mesmo não tendo culpa. Ela falou que gostava de sexo, drive-ins, que almoçava numa lanchonete na Avenida Independência, mas não acredita na independência da mulher; me falou que tomava uma coca-cola a cada duas horas e me convenceu que coca-cola é o produto mais natural das grandes cidades.
Mas a vida continua. E a avenida engarrafada. E depois? Nuvens cinza no céu da cidade. Pessoas caminham perdidas nas ruas, tentam até mesmo formas de vida oriental. Quando tudo parecer terrivelmente ridículo o que deve ser feito? Sujar a boca de batom e rir loucamente? Não sei... Não sei nada de mim. Buzinas. Bombeiros. Cerveja. Cola. Suspiros. Vírus. Novela. Gritos. Lixo. Maconha. Ambulância no asfalto. As pessoas se olham, se observam, apontam com o dedo e se cercam numa enorme ciranda que gira. Que gira. Que gira. E não se tocam. Out-dors já não me dizem nada. O toque de sinos não inspira o toque de lábios e de mãos. Sentimentos diluidos nos decibéis de uma melodia de rock. Todas as meninas querem ser estrelas de telejornais. Todos os meninos querem ser um galã tupiniquim. Vivemos assim nas cidades. Pelas cidades. E eu estou
confuso nesse sábado, nesse início de noite. Meu jardim de cactos por um pôr-do-sol na praia. Urgente!
(by, franck)
Olha Franck...
ResponderExcluirPosso ler cada palavra desta e me encontrar perdida na varanda do meu apartamento, de onde vejo o tempo passar desfilando as palavras desse texto maravilhoso.
Sim, é muito concreto e pessoas perdidas.
Muita Coca-cola, muita droga, muito barulho.
Vejo dali todos os dias, as migalhas da vida.
Abraços,
Eliana
...querido lindo,
ResponderExcluirsó existe um lugar onde jamais
nos perderemos,
e este lugar é tão simples,
tão vasto, tão nobre, tão aconchegante,
e sempre de braços abertos para nos
acolher desde que aprendamos a olhar
para dentro do SER!
bjbj
Oi, meu caro amigo! Agradeço pelas palavras gentis! Sabe, certa vez pensei em escrever um texto como esse que escrevestes... fragmentos de vida, lugares, sensações que assistimos, presenciamos, vivenciamos no nosso cotidiano! Muito bom!!! Abraço e bom domingo!
ResponderExcluirTeu texto me lembrou o desespero de voltar pra casa numa sexta dessas....
ResponderExcluirUm desespero que, incrivelmente, é capaz de nos fazer atentar para coisas pequenas, agonias pequenas, ao redor....
Testemunha ocular do estar humano
Abraços, querido!!!!
noossa ,
ResponderExcluirlindoo e ao mesmo tempo profundo , sei la , perdido?
ameei
posso te seguir ?
mt bom mesmo
;*
é, tudo confuso nesse sábado..! :/
ResponderExcluir... pra mim tbm .
Sempre é bom passar por aqui e ler tuas palavras.
ResponderExcluirUm abço.
genial!
ResponderExcluirum lugar pra passar as pernas
e sentir...!
abraços,
e voltarei...
fica com Deus!
Sábado difícil...
ResponderExcluirObgada!
ResponderExcluirNão fui eu, mas confesso que um dia colocarei uma ou algumas daquelas ideias em pratica.. rs.
Ótimo domingo por aí :)
Meu amigo, fantástico seu texto, e você que me disse: “deixe-me desfrutar da tua sensibilidade” e quem realmente está desfrutando sou eu. Ah! Se você se multiplicasse em milhares, e esta cidade tornar-se-ia com certeza numa cidade melhor, num país melhor, um mundo melhor.
ResponderExcluirIdentifico-me com tudo que escreves.
Abraços.
Não troque o seu jardim de cactos, conquiste os dois, ele e o por-do-sol na praia. Esqueça o caos da cidade e construa a paz dentro de você.
ResponderExcluirBjux
Então...enquanto não posso ir ate ai na 'sua' ilha pedalo pra ca pra teu universo de palavras; que alias... confesso que cada dia sua escrita me conquista.
ResponderExcluirPenso que escondia, guardava
pra não compartilhar.
Escrever é assim...abrir a alma e liberar o reflexo,
não nosso,não pros outros se espelharem na gente.
mas pra que cada um aprenda a exercitar o
proprio brilho...
imagina o mundo cheinho de pirilampos?
que belo...
se trocar o canteiro...mas melhor :não troque não, se fizer o que o Wanderley disse, arrume um outro de girassois primeiro...depois o de margaridas brancas...
egosito que estou hoje...pois adoro os cactos,mas amo os girassois e sou toda das margaridas. Te adoro amigo lindo!
Bjins entre sonhos e delírios pq é assim que estou hoje
Ah sim,
ResponderExcluirrespondi,
pra ti la no blog...
Esteja à vontade.
ResponderExcluirObrigado e igualmente. :)
aAhh...mas aceita ser carregado pelo menos?
ResponderExcluirSei dar carona rsrs.
Mas quando eu for ai ou vc vir aqui, acha que vmaos cmainhar na orla de bike?
Vamos é caminhar molhando os pes,correndo
das ondas..como fazem os bobos...
não bobos idiotas, mas o bobos do texto de Clarice,(a Lispector)
conhece?
Frank em ti vejo marcado o amargo e o poético da vida, essa vida que Carlos disse que não presta, esta vida que Bandeira disse que não valia a pena a dor de ser vivida,
ResponderExcluirainda bem que temo os poemas
ah os poemas que tanto me fazem rir e chorar, que enche de não sei o que a minha alma que sempre esta assim a meio copo
que bom vir aqui ^^
Olá Frank, assim é a grande cidade! Gostei muito do teu texto, retrata perfeitamente o quotidiano (cotidiano)citadino. O espelho da alienação dos seus habitantes, num frenesim muitas vezes sem rumo de uma vida sitiada e refém da sociedade fútil. Uma ampliação da solidão, pela descaracterização da vida comunitária, vive-se nas grandes cidades, rodeados de gente, mas que não se conhece, não se relacionam... vive-se numa selva de betão e asfalto!
ResponderExcluirParabéns pelo seu blogue (blog), muito interessante com temática assertiva e actual.
Tenha um bom Domingo.
Bj
Belo texto...
ResponderExcluiré como uma manhã de inverno: meu dia predileto!
Baci!
Siga a vontade, é um prazer!
(:
ResponderExcluirSim , eu prometo fazer textos com letra maiorizinha xb
Gostei imenso do seu blog , e da sua maneira de se expressar *.*
Abraço , estou seguindo
Olá Franck, tdo bem? Obrigado por passar no meu blog e agradeço pelo comentário com elogios, pode voltar sempre! Nem sei se minhas palavras são tão degustáveis assim... rsrs.
ResponderExcluirAdorei o texto, viu?! Lembra estes contos mais modernos que você vai lendo e não percebe que as linhas estão acabando.
Abraço!
AI QUE COISA MAIS LINDA DE SE LER...!
ResponderExcluirBJOSSSSSSSSSSSSSS
Perdidos estamos nesse mundão louco.
ResponderExcluirOnde as pessoas já não são mais elas próprias.
São vitrines,como vc mesmo disse.
:*
Nossa, esse texto me fez lembrar de como eu me senti quando estive em São Paulo. Assim meio perdida em meio a metrópole...excessos de grandes cidades costumam me tirar a paz.
ResponderExcluirTexto muitissimo bem escrito!
Beijo grande!
"Engrosso o coro dos contentes
ResponderExcluirE me contento em ser banal" ;]
q se perca só no sabado, se continuar assim..pode ser perigoso pra sociedade..rsrs!
Belo texto Franck! ;]
Mudou o visual por aqui né?! rsrs Adorei mesmo! E os textos continuam muito bons =) Sempre to aqui, as vezes nao comento por falta de tempo, mas sempre to aqui rsrs ;) Beijao!
ResponderExcluirconfuso? segue o vento, vira brisa.
ResponderExcluirGosto de espairecer lendo seus escritos. Este aqui está ótimo, meio perdido, meio confuso. Como realmente é nossa vida.
ResponderExcluirBeijooO*
Mais um precioso passeio. É q busco flores por aqui nessa manhã de segunda-feira.
ResponderExcluirTeu jardim é um luxo!
=)
bj Franck
Muito obrigada (:
ResponderExcluirFrack, hj estou quase 100%, mergulhei nos blogs,na composição poetica.Minha alma esta em festa...parece por vezes criança peralta, por outras...gente grande que apronta tanto,
ResponderExcluirmeus olhos hoje tem um brilho que adoro quando acontece.E nesses tempos assim gosto d ouvir exatamente Cazuza que é o que faço desde cedinho...essa letra é uma das que adoro.
Cazuza
Composição: Cazuza
Poetas e loucos aos poucos
Cantores do porvir
E mágicos das frases
Endiabradas sem mel
Trago boas novas
Bobagens num papel
Balões incendiados
Coisas que caem do céu
Sem mais nem porquê
Queria um dia no mundo
Poder te mostrar o meu
Talento pra loucura
Procurar longe do peito
Eu sempre fui perfeito
Pra fazer discursos longos
Fazer discursos longos
Sobre o que não fazer
Que é que eu vou fazer?
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva - viva!
Direi milhares de metáforas rimadas
E farei
Das tripas coração
Do medo, minha oração
Pra não sei que Deus "H"
Da hora da partida
Na hora da partida
A tiros de vamos pra vida
Então, vamos pra vida
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva - viva!
http://www.youtube.com/watch?v=aV2bHDynx58&feature=player_embedded
Frack, hj estou quase 100%, mergulhei nos blogs,na composição poetica.Minha alma esta em festa...parece por vezes criança peralta, por outras...gente grande que apronta tanto,
ResponderExcluirmeus olhos hoje tem um brilho que adoro quando acontece.E nesses tempos assim gosto d ouvir exatamente Cazuza que é o que faço desde cedinho...essa letra é uma das que adoro.
Cazuza
Composição: Cazuza
Poetas e loucos aos poucos
Cantores do porvir
E mágicos das frases
Endiabradas sem mel
Trago boas novas
Bobagens num papel
Balões incendiados
Coisas que caem do céu
Sem mais nem porquê
Queria um dia no mundo
Poder te mostrar o meu
Talento pra loucura
Procurar longe do peito
Eu sempre fui perfeito
Pra fazer discursos longos
Fazer discursos longos
Sobre o que não fazer
Que é que eu vou fazer?
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva - viva!
Direi milhares de metáforas rimadas
E farei
Das tripas coração
Do medo, minha oração
Pra não sei que Deus "H"
Da hora da partida
Na hora da partida
A tiros de vamos pra vida
Então, vamos pra vida
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva - viva!
http://www.youtube.com/watch?v=aV2bHDynx58&feature=player_embedded