terça-feira, 3 de julho de 2012

(Para ler ouvindo 'Cajuina', com Caetano Veloso)


P/Lêda, Chicão & Silvana

O dia chegou mansinho naquela sexta-feira de junho. A nossa euforia era visível quando nos encontramos no início da manhã, nas nossos rostos insônes e na perspectiva de nossa viagem ao litoral do Piauí. Dias antes tinha escrito sobre como a felicidade me visitou em três momentos diferentes, e, mais uma vez concluir que a felicidade podia ser um convite para viajar na companhia de amigos, na cumplicidade estabelecida, na simplicidade das pequenas coisas.
Simplicidade foi a pauta nos três dias que permanecemos juntos, porque fomos em busca dela voluntariamente, porque a sensação de liberdade fazia jus com aqueles momentos e o lugar. Como descrever o lugar? Ou melhor, os lugares que passamos, vimos, paramos, ficamos? Indescritível, seria o termo. Mas como não mencionar o verde do mar? A rusticidade da pousada que ficamos? As cidades bucólicas? As praias? O céu azul? A cidade histórica com suas ruas pacatas, praças arborizadas, barzinhos e lojas? As paisagens lunar nas noites de idas e voltas à pousada? Os risos frouxos? As conversas? As músicas de Ednardo como trilha sonora? As tardes preguiçosas?... Poderia enumerar tantos momentos, fatos, situações acontecidas em detalhes, mas tudo e todos são preciosos, por isso, me retenho ao aconchego de estar com amigos, a felicidade da simplicidade, os momentos únicos; que fantasiamos querermos sempre uma vista daquele mar, uma pousada para chamar de nossa, como sempre dissemos querer uma casa no campo e com ela os amigos, discos, filhos e muito mais...
Nem tínhamos voltado e já decidíamos viajarmos outra vez, em janeiro, de carro, até o Ceará, para novamente buscarmos os sabores, cores e cheiros de outros dias, outro mês. Buscarmos a felicidade, porque ela existe, como agora, neste fim de tarde de sábado, uma semana após aquele encontro, ou reencontro, não sei. Só sei que a felicidade me visitou mais uma vez, ela chegou nostálgica dessa vez, é verdade, numa canção de Ednardo, na cajuína que foi presente nesta viagem e a qual bebo aos pequenos goles.
Quando Ednardo silenciou, quando tomei toda a cajuína, coloquei Caetano Veloso no aparelho de som a me perguntar: 'existirmos, a que será que se destina'? Penso que talvez para saber que a cajuína seja cristalina, para que a matéria viva, tão fina, não turve nossas felicidades nordestinas.

(by, franck)
(imagem: franck)

Um comentário:

  1. É isso aí Franck! Bom mesmo é ser feliz e ouvir Caetano que é tudo de bom.


    Abraço!

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(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)

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