CASA
Nina Simone convive pacificamente com Marisa Monte e Tiê, da mesma forma que Caio Fernando Abreu nunca briga com Elizabete Bishop. Um buda de silicone encardido se encontra entre um Kerouac e um cãozinho amarelo brinde do Mac Donald. Dois castiçais em pedra-sabão, que foram presentes, ampara dvds e os cds estão uns sobre os outros, formando três torres. Cestas de vime esmaga revistas de decoração de interior e de geografia, as quais estão também sobre mesas, criado-mudo e estante, revistas que nunca vou abrir de novo e que ás vezes compartilho com amigos ou deixo-as em algum sebo da cidade. Numa mesa grande, que faço de escrivaninha estão o notebook, um pc com defeito, som, aparelho de dvd, impressora, televisor, pastas, um brinquedo móvel encontrado na rua. Caixas guardam fotos, postais, recibos, cartas. Um copo com uma imagem anos setenta, brinde do Bobs, canetas que nunca escrevem, lápis, crachá, tesouras, borrachas e vários cartões pessoais. Nas paredes, uma flor vermelha de Ouro Preto com alguns colares de uma fase mais alternativa; quadros abstratos e pinturas de alguns pontos da Ilha e outros cidades como Londres, Nova Iorque, Paris. Quadros de Lessandro, um numa cadeira de acrílico azul e outro sobre a mesa. Na estante verde e lilás, uma fotografia ampliada de uma paisagem feita numa viagem ao Piauí. Um despertador antigo que é um rádio relógio preto, o qual o rádio não mais funciona. Um mural em forma de globo com fotos, recados e um cartaz da Imaginarium escrito 'tire o amor da sombra, faça dele um manifesto'. Uma luminária azul. Uma cabeceira de madeira. Incensos pela metade. Uma poltrona e um sofá de vimes, envoltos em chitão. Um banco grande de madeira. Almofadas que não combinam. Uma caricatura minha feita por um artista de rua. Um filtro dos sonhos na porta de entrada. Uma coleção de canecas que ganhei de amigos, algumas com lascas nas bordas. Imãs. Um balcão. Uma banheira. Garrafas de vinho que são castiçais com velas coloridas. Uma cama box. Uma rede colorida na varanda. Um pôster com Ana Beatriz Nogueira da peça 'Tudo que eu queria te dizer', na porta do banheiro. O carregador do notebook plugado na tomada constantemente. Uma lata de chá-mate. Lanternas no teto da varanda. Um jardim pequeno. Paredes terracotas. Uma arara artificial. Um garrafão cheio de cortiças. Boinas e um guarda-chuva ou guarda-sol? num cabide. Um incensário e uma manta do Peru. Um elefante colorido de uma viagem a São Thomé das Letras. Uma mandala de Pirenópolis. Um baú vermelho e sobre ele telefone, livros, um peso de papel, castiçal amarelo...
Dificilmente dou festas, mas gosto de receber os amigos para jantares, papos, filmes, músicas. Tenho um muro. Um portão fechado. Não sei se confundem timidez com antipatia. Não sei quem gosta ou não do meu universo particular.
(by, franck)
(imagem: Suely)
Nina Simone convive pacificamente com Marisa Monte e Tiê, da mesma forma que Caio Fernando Abreu nunca briga com Elizabete Bishop. Um buda de silicone encardido se encontra entre um Kerouac e um cãozinho amarelo brinde do Mac Donald. Dois castiçais em pedra-sabão, que foram presentes, ampara dvds e os cds estão uns sobre os outros, formando três torres. Cestas de vime esmaga revistas de decoração de interior e de geografia, as quais estão também sobre mesas, criado-mudo e estante, revistas que nunca vou abrir de novo e que ás vezes compartilho com amigos ou deixo-as em algum sebo da cidade. Numa mesa grande, que faço de escrivaninha estão o notebook, um pc com defeito, som, aparelho de dvd, impressora, televisor, pastas, um brinquedo móvel encontrado na rua. Caixas guardam fotos, postais, recibos, cartas. Um copo com uma imagem anos setenta, brinde do Bobs, canetas que nunca escrevem, lápis, crachá, tesouras, borrachas e vários cartões pessoais. Nas paredes, uma flor vermelha de Ouro Preto com alguns colares de uma fase mais alternativa; quadros abstratos e pinturas de alguns pontos da Ilha e outros cidades como Londres, Nova Iorque, Paris. Quadros de Lessandro, um numa cadeira de acrílico azul e outro sobre a mesa. Na estante verde e lilás, uma fotografia ampliada de uma paisagem feita numa viagem ao Piauí. Um despertador antigo que é um rádio relógio preto, o qual o rádio não mais funciona. Um mural em forma de globo com fotos, recados e um cartaz da Imaginarium escrito 'tire o amor da sombra, faça dele um manifesto'. Uma luminária azul. Uma cabeceira de madeira. Incensos pela metade. Uma poltrona e um sofá de vimes, envoltos em chitão. Um banco grande de madeira. Almofadas que não combinam. Uma caricatura minha feita por um artista de rua. Um filtro dos sonhos na porta de entrada. Uma coleção de canecas que ganhei de amigos, algumas com lascas nas bordas. Imãs. Um balcão. Uma banheira. Garrafas de vinho que são castiçais com velas coloridas. Uma cama box. Uma rede colorida na varanda. Um pôster com Ana Beatriz Nogueira da peça 'Tudo que eu queria te dizer', na porta do banheiro. O carregador do notebook plugado na tomada constantemente. Uma lata de chá-mate. Lanternas no teto da varanda. Um jardim pequeno. Paredes terracotas. Uma arara artificial. Um garrafão cheio de cortiças. Boinas e um guarda-chuva ou guarda-sol? num cabide. Um incensário e uma manta do Peru. Um elefante colorido de uma viagem a São Thomé das Letras. Uma mandala de Pirenópolis. Um baú vermelho e sobre ele telefone, livros, um peso de papel, castiçal amarelo...
Dificilmente dou festas, mas gosto de receber os amigos para jantares, papos, filmes, músicas. Tenho um muro. Um portão fechado. Não sei se confundem timidez com antipatia. Não sei quem gosta ou não do meu universo particular.
(by, franck)
(imagem: Suely)
Oi menino
ResponderExcluirE é em nosso canto , sem coerência estética que nos sentimos bem.
Bjux
Cores, vida, pulso, impulso e solidão. Uma vida assim, aparentemente simples, mas repleta de explosão...foi essa a impressão que senti ao ler as linhas e entrelinhas.
ResponderExcluirwww.lucadantas.blogspot.com