quarta-feira, 15 de abril de 2015

O banheiro


Houve um verão que as baratas invadiam o banheiro todas às vezes que chovia. Ficava aflito quando os trovões, os relâmpagos e nuvens escuram anunciavam alguma tempestade, porque as baratas apareciam misteriosamente no banheiro, muitas, e, ficavam morando lá, impedindo qualquer um adentrar, tomar banho ou fazer qualquer outra coisa.
Naquele verão tentei entender a angústia de Clarice Lispector e o desespero de Kafka e das suas baratas. Tentei alguns truques e receitas caseiras para elas sumirem, sem resultado, mesmo com a dedetização. Comecei a tomar banho no jardim e o banheiro se tornou um espaço sagrado das baratas.
Um dia, assim como elas vieram, desapareceram. O banheiro voltou a reinar branco, limpo e antigo. Mas o que mais estranhei foi que nem tinha terminado o verão e as chuvas, para elas migrarem. Eu que já estava me acostumando com a presença delas.
(by, franck)

Um comentário:

  1. ...fiquei com medo que voassem baratas deste post terror! rsrs

    morro de medo de baratas...arrrrrggggggggggg!

    smacksssssss

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(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)

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