domingo, 15 de junho de 2014

Quando o dia se fizer noite...

No dia que nasceu quente, quero virar peixe. Nadar até o Japão. Gosto dos banhos mornos nos dias não suarentos, mas hoje a cidade cheira a sal. Algas. Mar. Nos portos os navios chegam e partem e eles parecem prisões. Assim como os navios, casas fechadas e escritórios são tão melancólicos. 
No dia que nasceu quente, na minha melancolia, tomo cafés. Atendo telefonemas. Mas queria o burburinho das ruas. Os cheiros que exalam do Oceano. Mas como bolo de chocolate. Penso em bonsais e espero o dia seguir seu curso, como os navios. Os portos. A cidade. O mar.
No dia que nasceu quente, cortarei os cabelos. Olharei os ninhos dos pássaros no jardim. Colherei tangerinas que são de umas cores antigas. Entre uma banalidade e outra, abrirei portas e janelas para os portos. Aos navios. Assim, a casa não sentirá tanta melancolia, nem eu, quando o dia se fizer noite.
(by, franck)

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(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)

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