Em 1990 fiquei fascinado com 'O perigo do dragão', livro de poesias de Bruna Lombardi, no qual tem um poema que era a síntese daquele período, da busca e das perdas de Caio Fernando Abreu, Ana Cristina Cesar e outros... O poema é:
"Pra Ana C. e caio e todos nós
era preciso fazer alguma coisa
pesquisar todas as malhas dos signos
os mapas, os índicios até achar
era preciso estudar
atentamente todos os orixás
a possibilidade de viajar
tentar o mar
era preciso
escutar keith jarret suavemente
sem se afogar
um som, um meio tom, um quadro na parede
luz de neon, e abrir um verde escandaloso na parede
paisagem que não se vê.
Por que você?
por que não qualquer um de nós que já tentamos tudo
que nos drogamos profundamente conscientes
perdidos no urbano da cidade
os olhos úmidos, a sensibilidade
de um nervo exposto, nos sentimos
metade depois.
Quem sabe os astros, as ondas de energia, as coincidências
os vôos interplanetários, uma idéia de resistência
uma coisa meio blade runner em volta
a gente de saco cheio de john travolta
tentanto achar a porta de saída.
Nos vestimos de branco, tentamos escapar
com alternativas, chás naturais, respostas no I ching
dança, poesia, artes marciais
andróides, liberdade, ecologia
músculos, danger, punk, micros, Nova York
toda ideologia é sempre tão contraditória
talvez a salvação viesse em naves espaciais
atari, eletrochoque ou a própria loucura
ralvez saber chorar ajude muito.
Era preciso rever o lugar da emoção
o sexo, essa coisa delirante
escrever um relatório hite do avesso
que falasse de telefonemas noturnos, insônia
metal pesado.
Você deiva ter se segurado em alguma coisa
uma moda, um discurso, uma idéia de si mesma
uma paixão que fosse
qualquer coisa
um mito, um guru, uma política
uma revolução, uma mentira
sei lá, alguma coisa pra se agarrar
talvez uma amiga como ela
um patamar
alguma coisa
antes de cair devagar
pela janela".
Lendo esse poema, fiz esse:
"Pra Ana C. e caio e todos nós
era preciso fazer alguma coisa
pesquisar todas as malhas dos signos
os mapas, os índicios até achar
era preciso estudar
atentamente todos os orixás
a possibilidade de viajar
tentar o mar
era preciso
escutar keith jarret suavemente
sem se afogar
um som, um meio tom, um quadro na parede
luz de neon, e abrir um verde escandaloso na parede
paisagem que não se vê.
Por que você?
por que não qualquer um de nós que já tentamos tudo
que nos drogamos profundamente conscientes
perdidos no urbano da cidade
os olhos úmidos, a sensibilidade
de um nervo exposto, nos sentimos
metade depois.
Quem sabe os astros, as ondas de energia, as coincidências
os vôos interplanetários, uma idéia de resistência
uma coisa meio blade runner em volta
a gente de saco cheio de john travolta
tentanto achar a porta de saída.
Nos vestimos de branco, tentamos escapar
com alternativas, chás naturais, respostas no I ching
dança, poesia, artes marciais
andróides, liberdade, ecologia
músculos, danger, punk, micros, Nova York
toda ideologia é sempre tão contraditória
talvez a salvação viesse em naves espaciais
atari, eletrochoque ou a própria loucura
ralvez saber chorar ajude muito.
Era preciso rever o lugar da emoção
o sexo, essa coisa delirante
escrever um relatório hite do avesso
que falasse de telefonemas noturnos, insônia
metal pesado.
Você deiva ter se segurado em alguma coisa
uma moda, um discurso, uma idéia de si mesma
uma paixão que fosse
qualquer coisa
um mito, um guru, uma política
uma revolução, uma mentira
sei lá, alguma coisa pra se agarrar
talvez uma amiga como ela
um patamar
alguma coisa
antes de cair devagar
pela janela".
Lendo esse poema, fiz esse:
Para Bruna, ana cristina, caio e todos nós
talvez saber chorar ajude muito sim, bruna
lendo um de seus poemas ou de ana cristina
ou um conto do caio.
talvez a salvação viesse em naves espaciais
num telefonema vespertino
nas nossas loucuras
ou lucidez
nas nossas taras, angústias e medos.
talvez estejamos velhos demais para acreditar em amores
ídolos, signos, búzios e tarô
talvez sejamos jovens ainda para pular da janela
por acreditar nas pessoas
ideologias e seitas
tantas coisas orientais.
apesar de tudo
ainda tentamos fórmulas
roupas e outros modismos
talvez assim
quem sabe
dará certo.
ou um conto do caio.
talvez a salvação viesse em naves espaciais
num telefonema vespertino
nas nossas loucuras
ou lucidez
nas nossas taras, angústias e medos.
talvez estejamos velhos demais para acreditar em amores
ídolos, signos, búzios e tarô
talvez sejamos jovens ainda para pular da janela
por acreditar nas pessoas
ideologias e seitas
tantas coisas orientais.
apesar de tudo
ainda tentamos fórmulas
roupas e outros modismos
talvez assim
quem sabe
dará certo.
é talvez eu esja mesmo precisando é mudar o que entendo por felicidade...
ResponderExcluirvou tentar...
"talvez assim
quem sabe
dará certo."
Um garde abraço,
Mayson.
Quem sabe, Mayson? quem sabe?...volte sempre... abçs!
ResponderExcluirÈ Franck...parece
ResponderExcluirque os ventos
sopram pra busca de
mudanças.
Acho bom. Passa la no
perfil do meu orkut
escrevi algo por la
que logo mais ponho
num dos blogs.
Adorei o poema.
Que livros ou autores no dia a dia?
Bjins entre
sonhos e delírios
Também escrevi algo, um conto surreal para Ana C e Caio F, não sei se um dia publicarei. Nasci quatro anos após a morte de Ana C e criei um conto onde a encontro (no ano de 2012) num bar, em Brasília (minha cidade) e ela esta com o Caio e o conto é sobre essas noite e esse encontro. Uso coisas reais sobre eles, mas trago para a minha época. Até que ficou bonzinho.
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