quarta-feira, 5 de março de 2014

Quando libra cruzou sagitário

Sete dias entre uma chegada e uma partida podem parecer setenta. Ou um dia. O que ameniza são as lembranças espalhadas pela cidade e pela casa: um lençol azul sobre a cama. Um sabonete esquecido na varanda. As frutas perdendo as cores e os sabores na geladeira. Uma sorveteria. Um domingo ao mar. Cafés da manhã. Risadas. Tardes de sexo e insônia. Uma primeira sessão de cinema... Não sabia que a casa sentia como o corpo e o coração.
Sete dias entre uma chegada e uma partida os corpos podem cheirar a avelã, malbec e salitre e os desejos e as sensações de que se poderia rastejar e morrer enroscado no interior um do outro existem, assim como os dias que conspiraram contra a mesmice, apesar de gestos prosaicos, sentados na varanda, espantados com nossas presenças e a emoção de ainda ficarmos tímidos um com o outro.
Sete dias entre uma chegada e uma partida que queríamos saltar para depois criar asas, porque há uma promessa. Uma trilha sonora. Porque os jovens, assim como os velhos parecem reagir a vida com o mesmo tipo de euforia e medo.
Sete dias entre uma chegada e uma partida podemos tentar entender de melões. Músicas. Filmes. Relacionamentos. Sobre o tempo. Sobre o que importa e o que não importa nem um pouco.
Sete dias entre uma chegada e uma partida de um agosto que trouxe-me você, sem lua, mas outros astros ou luzes móveis cintilavam no céu, são dias que se sentires falta como eu sinto, darei a chave da casa e do coração para mais uma vez descobrirmos nossos segredos, nossas almas, nossos corpos. Para que não seja só amor a primeira vista, mas o amor de uma vida, entre sete dias de uma chegada e uma partida, para que possamos acreditar que o amor existe.
(by, franck)

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