quarta-feira, 5 de março de 2014

Um beijo na boca, é carnaval!

Domingo de carnaval. Cidade deserta. Eu deserto de mim, após almoço com amigos. Copos de vinho tinto. Blues de Nina Simone. Quero um táxi. Centro da cidade, onde estão todos? Uma febre que volta à tardinha. Alguém fantasiado, tão solitário, se eu dissesse para ele eu te amo? Que falta faz B. Porque não o amei? Porque não sou River Phoenix? Se tivesse sido ele, Milton teria feito música em minha homenagem. Uma rede na noite de domingo na varanda. Um livro. Uma tatuagem no pescoço da moça querendo meu táxi. Quero um beijo na boca, é carnaval. Sou um índio sul-americano, uma vendedora de cuscuz. A tevê ligada. Carnaval. Domingo. O rádio tocando baixinho Cazuza. Saio para comer uma pizza? Aquele email que não chega. Investigar preço de um notebook, as lojas abrem na segunda-feira? Purpurina. Água de coco. Facebook. Pedido de hospedagem no Couchsurfing. Chá de capim-limão. Ameaça de chuva. Como te amei e não disse? Cartão-postal de Inhoti, Minas, no criado-mudo. Madrugada. Desfile das escolas de samba. Café. Um amigo no telefone. Fim de domingo...
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(by, franck)

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