Talvez o reencontre ao virar uma esquina, numa manhã qualquer ainda esse ano, quando estiver chovendo, porque assim teríamos a desculpa de entrarmos num café, num bar, enquanto a chuva lavaria a cidade. Se não for numa manhã chuvosa, talvez numa tarde solar, à beira mar, enquanto cataria conchas e olharia navios no horizonte e crianças fazendo castelos de areia, e, entre uma água de coco e outra, comentaríamos dos nossos castelos desfeitos e quem sabe também de um pouco de poesia e cinema e música, ou apenas nos olharíamos nos olhos, daríamos abraços, faríamos comentários sobre o tempo, nossas roupas, nossos cabelos, nossas silhuetas e não entraríamos num bar ou café e nem veríamos navios e crianças com seus castelos na praia, porque não teríamos mais nada a nos dizer e nem contemplarmos juntos, porque tudo estaria emborolado com o passar do tempo, o mesmo que cicatriza, que cura. Nos despediríamos prometendo telefonemas, olharíamos mais uma vez para trás e depois para o futuro, aquele que não tivemos.
(by, franck)
..."a lua completa mais de uma volta pelo zodíaco. E o anjo pálido troca o mel pelo sal"... (Caio F. Abreu)
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(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)
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