o céu parecia cartolina cinza que havia sido mal dobrada
seus vincos, raios
choveu naquele final de tarde uma usina
abriram-se as comportas, as ruas viraram canais
choveu de cima pra baixo, de baixo pra cima e para os
lados
a cartolina virou papel gessado, as nuances rarearam
eu vi um barco
mas o mar se comportou e permitiu que ele atracasse
choveu naquele final de tarde um niágara
dois rapazes atravessaram as águas em bicicletas
não sei se chegaram, havia um charco
o papel gessado virou celofane, trovoadas
água sobre os vidros escorreram, voltaram todos pra
suas casas
choveu naquele final de tarde um atlântico.
(Martha Medeiros em 'Cartas Extraviadas e outros poemas', pag 10, Edt L&PM)
Hoje choveu aos cântaros por aqui Franck.
ResponderExcluirTambém, moro num pequeno pedaço do Ártico na Bahia. As ruas congelaram e pequenas cascatas se formaram. Todo mundo encolhido com gorros,cachecóis, botas e guarda-chuvas...Vontade de ficar em casa.
No edredom, com pijama, meias e um bom livro.
Só vontade.
Beijos
Sintonia mesmo! rs...e juro que não dei nem uma olhadinha aqui antes!
ResponderExcluirMartha é ótima, não é mesmo?
Beijo Franck!
Oi menino
ResponderExcluirA Martha , é excelente em textos e poemas. Esse eu não conhecia. Amei.
Beijão
Tenho um único livro de Martha. Mas nunca o li. É uma das minhas Desconhecidas.
ResponderExcluirAbraços,
Texto forte, imagens carregadas, quase palpaveis.
ResponderExcluirMe senti num diluvio.
abço
Não conheço a autora, mas este texto é muito bonito. Bjs.
ResponderExcluirChove em mim chuvas de questionamentos sem fim... de amores e transbordamentos inacabáveis, uma inundação que transborda pelas bordas, e que seja sempre assim...
ResponderExcluira vida em valas rasas não tem graça e nem sentido,
Prazer em vir e ler!
Bjs,
Para mim, chuva é sinônimo de renovação.
ResponderExcluirQuando vejo e sinto chuva penso em limpeza, mudança, recomeço. Nunca a vi como lágrimas ou tristezas.
Oi Franck!
ResponderExcluirDia desses li alguns trechos de Martha Medeiros. Não conheço bem, mas ja linkei o blog onde há mais coisas bonitas assim.
Show!
bjok
Maravilhoso texto, presenciei toda a cena!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar...
Amigo, tudo bém, eu compreendo que queira
quebrar as regras,rsr... Eu quase fiz isso
tbm,rsr...
Carinhos a ti... Abraços
Franck,
ResponderExcluirA Marta chove dilúvio de bons textos.
Bj
franck... te admiro tanto, mas odeio a marta, talvez pela proximidade... não sei. PS: As pessoas disseram tanto que enlouqueci que acabei acreditando, passa lá no inhospitus.blogspot.com....
ResponderExcluirAbraço.
...adoro chuva, você e a Martha!
ResponderExcluirrsrs
cuide-se querido!
bj
Gostamos da Martha, talvez por sermos contemporâneos, digo: Ela você e eu. (risos)
ResponderExcluirAbraços.
Franck, amadooooooooo!
ResponderExcluirEu de Martha, e você de Martha!
Essa mulher é feraaaaaaaaaaaa!
Meu beijo, meu queridão.
E eu te gosto muitooooooo!
Não conheço Martha, mas adoro chuva, de tudo que puder chover! Bjao!
ResponderExcluirMartha desnuda-se em versos e faz de nós observadores e cúmplices da rasgação de todos os véus.
ResponderExcluirBeijooO*
Romper os limites das palavras e escrever imagens.. isso é bem coisa da Martha... ela é boa nisso e vc também. Nos seus testos há a mesma verdade.
ResponderExcluirBeijos, Franck