Tem um tempo que tinha uma estrada de terra.
Um rio de águas claras.
Cavalos indo nessa estrada e atravessando o rio.
Meu avô dentro de uma loja. Minha avó na cozinha. Minha mãe lendo numa varanda.
Tinha um junho.
Conversas num começo de noite na calçada.
Tinha fogueiras nas ruas. Simpatias para as tias.
Tinha um lobisomem que nunca se via. Latidos de cães. Quartos escuros e uma certa solidão.
Tinha banhos de rio. Bananeiras no quintal.
Tinha outros primos. Tios num curral.
Leite fresco de manhã. Cheiros vindo de um matagal.
Tinha pôr-do-sol no rio de águas claras. Luar de sertão.
Tinha uns violões, meu avô cantando Luiz Gonzaga.
Tinha pés descalços. Frutas em árvores e na cozinha. Um vento num canavial.
Tinha um bumba-meu-boi, Catirina, uma moça que queria a língua do boi.
Tinha eu, menino, nesse junho, vindo nessa estrada de terra, num cavalo, atravessando o rio.
Tinha tantas memórias, as quais em agosto não lembro mais.
(by, franck)
..."a lua completa mais de uma volta pelo zodíaco. E o anjo pálido troca o mel pelo sal"... (Caio F. Abreu)
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Franck, fico feliz que tenha voltando tão rápido e tão bem.
ResponderExcluirQuão belas são suas recordações e sua maneira de lembrá-la para todos nós, parabéns.
Grande abraço.
Fraaank, eu amei.
ResponderExcluirMinha mãe cresceu nesse tipo de lugar. Agora, então, ela tem um pavor de mato, casa no "meio do nada"... E eu morro de vontade de saber como é estar num lugar como esse, sendo que o dia se transformasse em rotina e eu pudesse ver realmente a vida no campo.
Tando que sonho com uma segunda casa em algum estepe do mundo.
E só andei a cavalo uma vez. Que inveja!
Franck, passando por aqui percebi em seu texto que és um saudosista como eu. Parece também que teve como eu uma infância no campo criado em meio a natureza. É isso aí amigo. Ha muitos anos vivendo na metrópole mesmo assim...
ResponderExcluirAbraço caipira pra vc.
PERFEITO, MARAVILHOSO E AINDA DE QUEBRA ME FEZ LEMBRAR DO POEMA INFÂNCIA, DO DRUMMOND.
ResponderExcluir...tinhas não.
ResponderExcluirtens porque dormem aí guardadinhas
em sua memória, esta caixinha que
como o coração, é terra que ninguém
pisa, e guarda tantos tesouros
de tempos em que se era feliz
e não sabia.
tantas lembranças!!!
manhã se abrindo nos braços
do sol...
mesa posta e café fresquinho
combinando com leite, pão,
manteiga, bolo de fubá,
queijo branco, e muita conversa,
sonhos contados entre uma gole
e outro, tudo isso mesclado
com a algazarra feliz na orquestra
dos passarinhos nos galhos do
abacateiro...
ai ai
bj, lindeza!
Em agosto eu esqueço tanto, mas em setembro tudo volta com mais cor...
ResponderExcluirAbraços meu caro...belo texto!
lindo texto, Sr. Franck... Abraço, bom sábado!!!
ResponderExcluirE toda essa paisagem bucólica, se perdeu com o tempo. E com ela foi um pouco da beleza da vida.
ResponderExcluirBjux
\0/~Eba!!!
ResponderExcluirAdorei a cadência do texto.
Estive pensando outor dia:
Deus quanta lembrança boa tem dentro da gente.
Pra que lembrar só de coisa ruim?
Delicia de MEMORIAS.
Saudades de ti...muitas...nem mensura.
Bjins entre sonhos e delírios
Olá Franck, que lindas memórias e quanta felicidade as podermos lembrar, sinónimo de uma infância preeenchida de carinho, ter família e ter também o essencial para o desenvolvimento harmonioso e uma vida saudável.
ResponderExcluirTem um lindo fim de semana.
Beijinhos
Sãozita
Lembrar e relembrar são otimas coisas
ResponderExcluira serem feitas
e são tão diferentes.
Lembrar da saudade, relembrar é querer de volta.
Não sei...gosto de lembrar como faz no texto.
Flores e Cores pra ti.
Bem elaborado. E eu tenho a sensação de que nestas épocas as pessoas encontravam a felicidade em meios mais simples e valiosos ao mesmo tempo. :D
ResponderExcluirBom final de semana!
Faço minhas as palavras do amigo Jacson Faller.
ResponderExcluirUm abraço!
Fez lembrar-me a minha infância, não faz tanto tempo, mas faz tanta falta..
ResponderExcluira simplicidade de uma casa de roça o leite tirado na hora em cima do cuscuz, os bonecos de argila na beira do rio, os cavalos... tudo.
Como sempre... uma belíssima criação!
Parabéns mesmo querido :*
Olá Franck!
ResponderExcluirParece que estavas a descrever a minha infância...só não tinha cavalos nem rios...
Parabéns, escreves muito bem.
Beijos.
Na casa de meus avós tinha uma goiabeira
ResponderExcluirenorme, e nela nos empoleirávamos
eu, meu irmão, meus primos...
Passávamos horas intermináveis ali
em conversas alegres, pueris
como só a infância nos permite.
Lindo texto, trouxe gratas imagens da minha infância.
abço
Você me fez voltar na minha infância.
ResponderExcluirQue pena que aqueles tempos não voltam mais.
Sinto saudade da vida simples, pura, de tudo que eu vivi.
Tão bom passar aqui, Franck!
Abraço apertadooooooooooooooooooo!
oie Franck,
ResponderExcluirfico feliz q tenha voltado e nos brinde novamente com esses textos lindos!!!
E a previsão do seu signo para essa semana? eu sinceramente não sei, mas espero que para todos os signos esteja previsto muito Amor!!! rsr ah, mais só acredite nas previsões boas! rsrsr bj
Oi lindo
ResponderExcluirque gostoso o rio, o cavalo, as bananeiras
quanta saudade me trouxe
adoro poetas e voce está totalmente incluido nessa leva rsrs
abraços fortes
Viajei em suas memórias, em suas lembranças, sentindo odores, ouvindo os sons, assistindo as imagens. Você é muito bom nisso, Franck. Ainda fiz uma viagem no tempo da minha vida e revi minha infância, revivendo momentos lindos.
ResponderExcluirFranck, vc é todo sentimento. Que bom que vc é meu amigo.
Beijos.
quanta nostalgiia...
ResponderExcluirtão bom lembrar do passado, principalmente da infância *-*
boa semana pra ti, Frank !
Que passado delicioso hein?
ResponderExcluirExercitar lembranças assim faz bem.
Me deu saudades de minha casa.
Beijos
Não consigo ler mais nenhum dos teus textos escritos sem sentir uma dorzinha depois de ter lido "Uma história quase verde", que fala o novo significado que teu agosto veio ter...
ResponderExcluirMas falando das lembranças, este texto é rico delas. Lembrei-me de mim ainda criança, no Rio, quando acordava bem cedo sem que ninguém soubesse só para espiar aquele homem misterioso que, de manhãzinha, deixava leite na porta das casas...
Saudade desse tempo. Saudade daquelas imaginações.
Um abraço, Franck. Fique bem, viu?