Você me chamou para ver o sol nascendo. Era verão. Nossos olhos e corpos pesavam de sono e vinho e maconha e sexo. Era Trancoso, na Bahia. Éramos alegres, vestíamos roupas coloridas e flores nos cabelos e éramos muitos e tinha fogueiras, violões e flautas e sax. Tinha uma casa de praia que as águas do mar banhava nossos pés na varanda. Tinhamos cabelos longos, nenhuma grana e uma ousadia de sair sem lenço e sem documento. Tinha Gal Fatal no aparelho de som e Mutantes e Caetano Veloso e nossos sonhos que começavam naquela casa de praia, com aquele sol, aquela lua, com nossos desejos, nossa juventude, nossas peles bronzeadas cheirando a algas e mar e incenso. Tinha paixão e éramos felizes, apesar dos pesares. Do país.
Você me chamou para ver o sol nascendo e apenas segurei sua voz e na sua mão, mas não fui. Meus olhos e corpo pesava de sono e vinho e maconha e sexo. Foi num iníco de uma manhã de um verão longínquo e tinha depois uma tarde, um arco-íris, uma garoa caindo, um cheiro de terra molhada e você sumindo numa estrada. Tinha John Lennon dizendo que o sonho havia acabado e uma mochila verde pronta num canto da sala daquela casa de praia.
Há também outra manhã, outro verão e o mesmo sol nascendo. Mas não tenho cabelos longos, pés descalços e 'flower não é flor', o colorido das roupas agora são ternos e gravatas escuros. Não há mais sua mão. Sua voz. Mas há lembranças. Mas há o sol nascendo. E é verão.
(by, franck)
Tudo muda...aprendemos a nos conter, aprendemos a esperar, sonhamos coisas mais possivéis, mas quanto á amar, sempre fazemos igual, amamos sem saber o porque, amamos loucamente, amamos pra não adoecer...rs!!!
ResponderExcluirMega, master, plus...Blogbeijoooos!
E por mais que não queiremos essas lembranças ficam sempre, sendo recordadas numa voz, num aroma, numa cor, num sol de verão, numa gota de chuva, numa música, num grito feliz...
ResponderExcluirBelo texto!
Bj
Você me surpreende e emociona a cada texto. Muitos verões ainda virão.
ResponderExcluirBeijo
Já não somos mais os mesmo.
ResponderExcluirNão seremos mais.
A roupagem mudou, o cheiro de incenso também.
Aquele nascer de sol, nunca mais será o mesmo.
Nem as ondas molhando os pés.
Mas haverá lembranças...e um sol nascendo.
Porque assim, prossegue nossa vida.
Franck, como é bom te ler!!!
Minha alma agradece.
Um abraço forteeeeeee, meu querido!
Ah os amores de verão... Sim, eu sou mais chato nessa época do ano porque sou fraco para o calor, mas é sempre bem vindo esse clima de chuvas, sol nascendo, pés no chão, sem blusa... aiai... bjuu!
ResponderExcluirMaravilhoso texto.
ResponderExcluirabraços
Hugo
Adorei o cenario, adorei a descriçao, adorei a vida ao texto! =)
ResponderExcluirgostei desse 'tempo'.
ResponderExcluircontado por ti assim, eu me lembro de tanta coisa...
Não sei quantos verões eu perdi, mas agora eu os deixo partir com o seu texto. Revelador demais.
Muito.
Quantos não ouviram a voz de John, dizendo que o sonho acabou? Quantos não seguiram sem lenço e sem documento o caminho de volta à procura dos dois? Quantos não queriam, agora, estar em Trancoso para ver o sol nascer? Quantas mãos não poderiam ser levadas e quantas vozes não poderiam ser ouvidas? Mas nenhuma seria a que se perdeu e nenhuma reporia a mochila verde jogada no canto da sala. Sempre que o sol nasce, um gosto de passado, baço, nos olhos? A vida muda, nós mudamos... todos mudamos, ainda que sem querer.
ResponderExcluire o sentimento as vezes é reproduzido na mesma exatidão da lembrança.
ResponderExcluir=]
e isso da tanta saudade =/
É...e agora o tempo mudou,são outras e não se tem o que se tinha antes,mas ainda existem as lembranças q nos transportam até o passado.
ResponderExcluir:*
É Franck...
ResponderExcluiralguem que esta me dizendo adeus...
disse algo sobre saudade não ser
alguem que foi
mas sim lembranças
boas que ficaram.
Algo assim.
Tenho vivido tantaos partindo que acabo me esquecendo de so lembrar
das coisa sboas.
Engraçado que eu era assim, antes de abrir minhas defesas.
As vezes penso que pra
chegar onde se pretente
é necessario
deixar tanto de nós mesmos...
Adorei o texto.
Amo girassois, amo verão.
Mas definitivamente não gosto de adeus...
Bjins entre sonhos e delírios
Ah passa la nese blog Reflexo d'Alma
Que lindo...as vezes não percebemos que a oportunidade apresentada é a última, então pegue na mão dela, diga a ele que o ama e dê um beijo no bendito. Mas se não fizer isso, eis que restam as lembranças...como é bom lembrar, com um colorido só nosso e nossos significados, cheiros e sentidos. você me fez lembrar de muitas coisas. Beijos
ResponderExcluir...podem nos roubar TUDO,
ResponderExcluirmenos as nossas lembranças,
boas ou más...
mas são nossas, e ponto e basta!
bj, querido!
Está bem, flower não é flor...
ResponderExcluirA vida mudou, mudou, Trancoso está lá, lindo como sempre e você está aí, poeta como sempre, cheio, transbordante de sentimentos...
Mas você se esqueceu, você não está falando de flower e nem de flor... você colheu um sunflower.
P.S.: mesmo off estou on, mas irei ver o rio.
Beijos!
Mensagem truncada esse rio aí, não é?!
ResponderExcluirÉ que, às vezes, eu me permito ser truncada também. Por que não?
muito bom o texto
ResponderExcluirnuma manha de sol, tudo pode acontecer
:)
beijos
Posto aqui Hoje cedo:quarta-feira, 4 de agosto de 2010
ResponderExcluirEu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. Clarice Lispector:E que tudo mais; vá pro inferno
O nosso amor foi descoberto, mas não é por isso que nos vamos separar!
ResponderExcluirO amor é mais forte que tudo.
Franck,
ResponderExcluirpassa aqui pra conferir a postagem do Lu Cidreira
http://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com/2010/08/compartilhando-palavra-lu-cidreira.html
Oi queridooooooo
ResponderExcluirque saudade estava de vc!!
E quanta coisa boa me esperava aqui no te espaço. Até uma homenagem! Que singelo!!!
Saiba que vc foi lembrado várias vezes, em várias conversas, durante este meu período de ausência.
Ah, comprei uma coletânea do Caio (advinha de quem lembrei???). Procurei "os dragões..." mas não achei. Pena que o livro que comprei eu já havia lido (o único dele, que de tanto tempo não lembrava mais como era a capa), ao menos agora ele é meu....rs
Sobre o ultimo post:
Esse tempo que passa pela pele, pelo corpo mas estagna nas nossas lembranças, me parece ser o que nos faz únicos.
Pela alusão à música do Baleiro, pelas idéias semeadas, teu texto me fez lembrar de uma linda música paraense:
"os velhos sonhos continuam no mesmo lugar"
Abraços, querido!!!!
Mônica
Ai...que coisa boa de ler meu amigo Frank!!!
ResponderExcluirFlower não é Flor...mas lembrança boa, ainda é lembrança boa! Esteja voce de terno escuro ou roupas coloridas, sua memórias e recordações estão ai contigo pra onde quer que vá, e são essas lembranças que nos fazem ver o quanto somos e fomos felizes...!
lindo demais!
bjossssssssss
Franck, lindo texto
ResponderExcluirsuas palavras fez com eu sentisse, e trouxe para o meu dia enquanto as lia, o calor e a alegria do verão, mesmo estando um dia cinzento e chuvoso aqui em São Paulo. Obrigado!
Abraço
Carlos
Bravo!
ResponderExcluirAdoro a cor do verão, esse q nasce de tuas mãos.
bjok
=)