quarta-feira, 7 de julho de 2010

..."manhã chegando, luzes morrendo, nesse espelho, que é nossa cidade"... (Caetano veloso: 'Lua e Estrela')





N o T u R n O



Nos encontramos nos labirintos noturnos
quando tateávamos o nada
sem saber o que faríamos das esquinas
dos nossos corpos tão próximos.
Signo, arcano, nossos nomes
foram senhas
descobrimos sermos da mesma tribo.
Nos fliperamas garotos não nos viam
nem os michês nas calçadas
ou as prostitutas nos bares
quem não se oferecia?
Nas vitrines das lojas manequins riam
todos parecíamos saídos da mesma máquina
mas não sabíamos a quem a noite pertencia.

(by, franck)

13 comentários:

  1. Oi menino
    Essa música faz parte de minhas lembranças. Amei
    Bjux

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  2. Palavras muito bem escolhidas, como sempre!

    Grande abraço!

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  3. Hum! Enigma! Um encontro... esquinas em que a gente não sabe se olha para elas ou para a pessoa à nossa frente, ou ao nosso lado? E a gente nem sabe o que fazer com os braços, as mãos, para onde os pés vão?... e as esquinas, tão pontudas, tão estranhas esquinas nas quinas da vida... me disseram que esquinas a gente corta com gilete, é...tenta isso, ou se deixe enganar na noite, noites foram feitas pra enganar a nós humanos com nossas vistas cansadas. Nossa! Acho que me empolguei, viajei agora... engraçado... acabo de ter a sensação de já ter visto essa cena... eu aqui, escrevendo isso... como é o nome? DEJA VU!

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  4. Eis um blog nítido em poesia, conceito e contexto íntimo sempre...aqui pulsa intensidade, é um dos fatores que mais te admiro...

    abraço

    ps, uma pena que meu blog não esteja aqui linkado aos seus amigos, mas sempre que posso cá estou, ok? abs

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  5. Gosto dos teus escritos Franck.
    E ainda tem o Caetano que eu adoro e uma bonita imagem.


    Beijo no coração!
    Bom dia...

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  6. Muitas vezes eu vagava pela madrugada de domingo quando cidadade tinha poucas opções, mesmo assim não me rendia a noite perambulando por aí, pelos labirintos.
    Abraços Frank.

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  7. Que versos lindos! A noite silencia e a poesia dorme. Em mim só essa mudez nunca a quietude.

    BeijooO*

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  8. A noite? deve pertence a todos que tem vida para vivência-la..não sei..rs! Boa semana Franck!

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  9. Noturno também é uma música lindíssima...

    "O aço dos meus olhos
    E o fel das minhas palavras
    Acalmaram meu silêncio
    Mas deixaram suas marcas
    Se hoje sou deserto
    É que eu não sabia
    Que as flores com o tempo
    Perdem a força
    E a ventania vem mais forte.

    Hoje só acredito
    No pulsar das minhas veias
    E aquela luz que havia
    Em cada ponto de partida
    Há muito me deixou
    Há muito me deixou

    Ai, Coração alado
    Desfolharei meus olhos
    Nesse escuro véu
    Não acredito mais
    no fogo ingênuo da paixão
    São tantas ilusões
    Perdidas na lembrança
    Nessa estrada
    Só quem pode me seguir sou eu
    Sou eu, sou eu, sou eu..."

    (Fagner)

    Beijos Franck!

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  10. Ela, a noite, pertence a todos nós....
    errantes desejosos por espaços similares. Encaixes tomados a força, por prazer ou pela dor,pela busca da completude!

    E a foto foi mais um convite para ficar quieta e observando o "poemas".

    Abraços, querido
    Mônica

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  11. "quando tateávamos o nada"

    Penso que ainda seguimos assim...

    Bjins entre sonhos e delírios

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  12. tem uns versos maravilhosos amigo Frank um aliteração gostosa e sem falar que senti até um cheiro de sensualidade nesse Noturno

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  13. Frack, belo poema! "A noite é filha do Diabo" rsrsss, assim diziam os antigos. A noite nunca sabemos a quem pertence, mas é agradável vivencia-la, perder-mo-nos nos seus labirintos e desfrutá-la em quanto se pode.

    Tem uma boa noite.
    Bjs

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(Quem dá a volta ao zodíaco comigo...)

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