..."a lua completa mais de uma volta pelo zodíaco. E o anjo pálido troca o mel pelo sal"... (Caio F. Abreu)
sábado, 24 de julho de 2010
O amor, Clarice Lispector, Sartre e Eu...
Diante de um comercial de alianças de diamantes que mostra um lindo casal que viveu juntos dez anos, investi-me em tragédia: não seria todo o amor fadado à dor, uma vez que (enquanto apaixonar-se por outrem), amar um ser humano é amar o falível, o volúvel, o inconstante e tantas vezes o mundano? Clarice (a Lispector), diz da doçura de se ser falível. Mas ainda que amemos o falível, que dirá o mortal? Os amantes morrem, deixam de existir um para o outro um dia.
Será possivel amar mais esta fabilidade do homem, amar sua condição mortal e até sua morte? Meio Sartreano, isso. Acabei de reler 'As moscas' e achei um pouco didático demais. Ouvi uma palestra um dia sobre a moral em Sartre, onde disseram que ele falava do amor como relação de poder entre dois indivíduos e enfatizava o papel da dominação e do olhar na sedução (que é uma dominação). Mas, parafraseando Clarice Lispector, talvez ele nunca tenha sabido como é bom ser dominado? É bom, ser dominado, 'dominado'? Difícil pensar isso assim, 'a salvo', além de que as pessoas andam amorais, aéticas, podres. Não se pode jogar esse jogo sem pôr sua cabeça a prêmio...
(by, franck)
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- Franck
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"Não ames como os homens amam.
ResponderExcluirNão ames com amor.
Ama sem amor.
Ama sem querer.
Ama sem sentir.
Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar.
Sem esperar.
Por não esperar.
Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete
Se o amor leva à felicidade,
Se leva à morte,
Se leva a algum destino.
Se te leva.
E se vai, ele mesmo..." (Cecilia Meireles)
P.S.: Sim, as pessoas estão amorais, aéticas, podres, mas não pensa nisso não, pensa na Cecília, é melhor.
Adoro Clarice (a Lispector) hehe, eu acredito no olhar, na dominação, indep. do lado, e também acredito que é possível amar o falível, as vezes o charme está justamente neste ponto, ninguem é perfeito, e ninguem pode procurar numa relação mais do que pode oferecer, é uma troca, de imperfeições... Essa é uma reflexão muito profunda, porque se o amor é a perfeição então nenhuma relação humana é capaz de experimenta-la, simplesmente por ser humana... Bjuu!
ResponderExcluirSim, as pessoas andam cada vez mais fúteis e superficiais...
ResponderExcluirTodos nós sentimos a necessidade de pertencer,
de pertencer a uma dominação e ser essa dominação.. De modo que não exista o cabeça... Os dois: todo o corpo, dois corpos em um, sem a anulação do individual, claro!
Amamos o falível, pois esse mesmo amor que dilacera nos humaniza!
Não sei se vai entender o comentário... Seu post me fez pensar, pensar, pensar...
e áh, só pra constar(rs)
ResponderExcluiramooo a Clarice, para mim ela é a MADONA DA LITERATURA,
COSTUMO USAR O ADJETIVO: LOUCURA SÁBIA PARA ELA!
*-*
ABRÇ
Oi Franck!
ResponderExcluirQue loucura isso não? Fiquei pensando que de fato 'amar um ser humano é amar o falível, o volúvel, o inconstante...'. E assim amar o que nós também somos... Agora como lidar com tudo isso não faço a menor idéia... Esse final ficou simplesmente espetacular, de fato 'Não se pode jogar esse jogo sem pôr sua cabeça a prêmio...'.
Que nos arrisquemos então!
Beijos! E uma ótima semana!
Humm, texto bem interessante, isso pra não dizer bem questionador.
ResponderExcluir"AMAR...", seja humano, com erros e defeitos, com suas qualidades e falhas, é muito valioso, recompensador.
Como dizia um livro que lí certa vez , "Pai, livrai-me da perfeição". Abraços caro amigo.
"A salvos" tudo é diferente.
ResponderExcluirComo diria Cora (a Coralina), "na prática a teoria é outra". Mas, concordo com Sartre.
Aliás, a introdução de O Oficial Prussiano, de D.H. Lawrence fala bem desta relação de dominação no erotismo (amor, idem).
Abraços, meu amigo!
Oi Franck, td bem?
ResponderExcluirE sempre tão difícil enteder e compreender de fato o que é o amor. Muitas vezes até nos pegamos tentando ir contra o que achamos ser, e pode até ser amor. Sentimento mais belo e também o mais traiçoeiro! Acho que a grande Clarice (que adoro) acertou mais uma vez ao dizer que não é somando as compreensões, mas sim, "somando as imcompressões é que se ama verdadeiramente".
E respondendo ao seu comentário: Conheço sim, a Roberta, a Sá e gosto muito, espero que você goste da Campos!
Abraço
"As pessoas andam tão aéticas", e "por a cabeça a prêmio"
ResponderExcluirEu poderia dizer que não devíamos por nossa cabeça a prêmio nunca, mas eu também posso dizer que o amor que sentimos, o sentimento nosso que conseguimos dispensar a alguem é a coisa mais linda que existe, descobrir que temos a nobreza de senti-lo, de dizer poxa eu amei, eu sinto isso, mesmo que o outro nos degole, nos decapte e o sangue jorre... e no final uma cabeça jogada com um sorriso de satisfação... eu senti, eu amei[não sem muito sangue].
Há de se ter coragem para este "jogo"...e confesso-te aqui que ando meio sem ela...espero recuperá-la...pois amar é tão bom...mas ao mesmo tempo dóe...
ResponderExcluirbeijocas!
Bia
...já parou para pensar que não amamos
ResponderExcluiras pessoas, e sim o que elas nos fazem
sentir?
e neste jogo nem todos os sentimentos
trazem prazer.
aí vem a degola, o escalpe, e toda
sorte de maldade.
bj, lindo!
Ah Franck! Amar é bom demais, mas com eu não canso de repetir, as vezes amar é sinônimo de dor também.
ResponderExcluirBeijO*
É querido..Clarice..sempre
ResponderExcluirClarice.
Volto pra comentar com calma....
Bjins entre sonhos e delírios
Oii, Frank!
ResponderExcluirEu ando por aí, trabalhando mas de férias das aulas. Sumi um pouco do blog, mas estou conseguindo por os pensamentos no lugar e voltando a escrever (não aguentava mais não sair nada da cabeça!). Mas ando achando meus posts repetitivos, enjoados. Tô precisando de umas mudanças! E você, como anda?
Beijo
Sim, mais uma vez fiz isso comigo. Vamos ver como resultará :)
ResponderExcluirAmo Clarice...sempre Clarice...nome também de uma irmã muito amada!
ResponderExcluirSaudades de vc em meu cantinho...
bjossssssss
Amor se parece com tantos sentimentos.
ResponderExcluirSe não temos um parâmetro, um porto seguro do que é amor ou amar, algumas mentes doentes podem confundi-lo, contudo existe o verdadeiro quem quiser pode encontrá-lo, na sinceridade...
Numa época onde o amor é tão volátil, semeado pelas traições na mídia adentrando as casas como cenas normais sobre amores passageiros, não acho que o amor deva ser dominado, mas seja apreciado e tratado com muita delicadeza e respeito.
ResponderExcluirpassando pra desejar uma ótima semana.
ResponderExcluirAdorei o 2° comentário (Renato Orlandi).
Abraços
Olá amigo Franck, respondendo à tua questão colocada no comentário ao meu post de hoje, te devo dizer que foi um sonho real, com base na minha vida real. Perdi meu filhinho com 4 anos, e a lembrança é constante e a saudade imensa.
ResponderExcluirA foto também é real, é sua foto quando estava hospitalizado.
Relativamente a este teu post, quem ama de verdade está condenado a sofrer por esse amor, quando se der a perda, independentemente do tipo de perda! Interessantes e pertinentes as tuas observações. Não sei se já leste Sthendall - Do amor... é a minha sugestão de leitura, é muito bom!
Tem uma boa noite e excelente semana.
Beijinho
O perigo (de amar) nos espreita...
ResponderExcluirMas quem gosta de uma vida morna e monocromática???
Eu só espero uma co-dominação de olhares, quereres e amor. Um lugar onde a dita podridão não consiga acessar.
Abraços, meu querido
boa semana pra vc!!!
Mônica
Comentário lindo, um lindo presente que me deu! Minha data é hoje mesmo. Obrigada!
ResponderExcluirÉ bom saber que sou lembrança em coisas tão simples...
Um abraço, com carinho, sua amiga,
Suzana ou Lily - me perdi nessas duas...
Acho que sou um péssimo amante. Quando o assunto é amor eu fico calado. Não tenho esta sensação faz algum tempo da minha vida. Enfim, não, não irei me desbafar aqui, fique tranquilo! rsrsrs...
ResponderExcluirBom, precisando mudar o guarda roupa... É comigo mesmo! rsrsrs. E trabalhar no banco não é desculpa, viu?! Já vi cada gerente de banco que eu passo mal só de pensar... uhauhauhauhauh... Enfim, sem desabafos... rsrsrs
Beijo!
Tantas perguntas, duvidas envolvem o amor, deixam ele tao complicado, q eu ja desisti de tentar falar sobre... Belissimo texto! beijao
ResponderExcluirEste canto está cada vez melhor, parabéns!
ResponderExcluirTem selo pra ti no Tudo de Mim.
Um abraço!!
Olá meu amigo, bom dia!
ResponderExcluirEu amo a Clarice, parabéns pela escolha!
Obrigada por sua visita, amei!
Bjssssssssss
Gena
Amar é um ato voluntário e involuntário em muitos aspectos...sabemos de todas as limitações do ser amado e ainda assim amamos, do contrário não seria amor. Mas deixei de acreditar na continuidade do amor...tudo tem princípio, meio e fim. Que pena, era tão bom pensar no amor eterno. Beijos meu amigo.
ResponderExcluirAdorei...
ResponderExcluirseu blog...
seu Globo Terrestre...
seu Existencialismo Sartriano...
sua incondicionalidade...tal Clarice...
Beijos
Leca
amar o outro,amar a sim mesmo, amar independente amar.
ResponderExcluirClarice me lembra flor. Já te disseram que seu blog é bem perfumado? Este post, em especial, perfumadíssimo.
ResponderExcluirBeijos.
Vixi...
ResponderExcluirrs
"Vai dizer que nossas preces não alcançaram o céu?"
Te abraço com carinho
É sempre bom correr riscos, né! Eles valem a pena, principalmente por amor! Tudo acaba nesta vida, mesmo!!! Que falta faz uma queda ali, uma decepção acolá:
ResponderExcluirAcho que Sartre era gay e Simone..
Enfim...
Beijos
como não tenho palavras para comentar deixo as de Bandeira no meu lugar
ResponderExcluirSe queres sentir a felicidade de amar,
Esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manoel Bandeira